CAMPO DA MANGUEIRA CONTRA O DIABETES

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Apresentação

   Esse projeto de intervenção aborda a temática do sub-diagnóstico do Diabetes Mellitus. Trata-se de uma atividade desenvolvida pelos doutorandos Gilberto Rodrigues Vieira Júnior, Nathale Valente Santiago e Paula Angélica de Araújo Alves, do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. O projeto foi desenvolvido no contexto do Internato em Saúde Coletiva na Unidade Básica de Saúde de Campo da Mangueira, em Macaíba/RN, sob coordenação da Profª Ana Tânia Lopes Sampaio, tutoria da Profª Vyna Maria Leite e preceptoria de Dr. Francisco Micussi e da Enfª Aline Donati.

Introdução:

   Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica de evolução lenta e sobretudo SILENCIOSA. Muitas vezes seus sintomas só surgem após vários anos, e quase sempre são irreversíveis. Gera agravos de grande impacto na saúde individual e também do ponto de vista da Saúde Coletiva, devido ao alto custo de Hemodiálise, transplante renal, cateterismos, angioplastias, suporte de UTI, etc. Nós, do internato de medicina da UFRN, ao passarmos 7 semanas na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Campo da Mangueira em Macaíba-RN pudemos observar que a prevalência na população adscrita de 2163 habitantes, era de apenas 36 casos de DM, enquanto na área não adscrita, que é de 1389 habitantes, não temos esse dado. Segundo a Federação Internacional de Diabetes o número de casos esperados na referida população deveria ser de pelo menos 130 casos. De acordo com a PPI deveria haver pelo menos 174 casos conhecidos. Na área adstrita não adscrita (39% do total) deveria haver mais 111 casos. Ou seja, apenas 13% dos pacientes diabéticos tem diagnóstico e estão sendo acompanhados na Unidade. Há uma demanda reprimida de 249 pessoas.

 UBS Campo da Mangueira -  Macaíba/RN Usuários da UBS Campo da Mangueira.  

Objetivo Geral

   Estabelecer triagem para diagnóstico de Diabetes Mellitus nos pacientes com fatores de risco na área de abrangência da UBS de Campo da Mangueira.

Objetivos específicos

—Medir valores antropométricos;
—Aferição de TA;
—Realização de HGT;
—Solicitação de exames específicos nos casos de HGT alterada;
—Orientações da nutricionista para os pacientes com IMC elevado.

Medição da altura e peso em uma usuária da UBS. Verificação da TA.

Realização do HGT. Medição da circunferência abdominal.

Metodologia

   Os usuários foram convidados para campanha por meio de convites, através da busca ativa pelos agentes comunitários de saúde (ACS) e divulgação na UBS através de cartaz. Nos dois dias de intervenção os pacientes que vieram à unidade foram inicialmente entrevistados para identificação de fatores de risco. Os casos positivos preencheram a ficha cadastral, assinaram o TCLE e realizaram medidas de altura, peso, circunferência abdominal, TA, cálculo de IMC e medida de HGT.  Os pacientes cujo IMC foi acima de 25kg/m2 e/ou HGT acima de 100mg/dL foram encaminhados à roda de conversa com a nutricionista e orientações sobre dietoterapia. E, por fim, para esses pacientes, foram solicitados exames complementares (glicemia de jejum, colesterol total e frações, triglicerídeos) e encaminhamento à consulta médica de retorno para mostrar resultados.

Roda de conversa dos pacientes selecionados com a nutricionista. Roda de conversa dos pacientes selecionados com a nutricionista.

Resultados

   A campanha obteve, dentro da sua limitação de recursos e insumos, sucesso na triagem: 38 dos 46 pacientes(83% de positividade) tinham HGT alterado. Apesar disso, somente 38 dos 249 casos (15%) de demanda reprimida foram encontrados, portanto há necessidade de novas campanhas e busca ampliada de novos casos.

Equipe composta pela nutricionista, enfermeira e doutorandos da UFRN.