“Programa Envelhecimento Saudável” – InCor “Amigo do Idoso”

Esse assunto interessa muito á população, especialmente após nessa fase de transição epidemiológica. Inserir os usuários em avaliações como essa é fundamental. 

Acredito que o envolvimento da equipe pode ser estimulado de outras maneiras, para além da premiação com sorteios e degustação de café. Imagino que isso deva ter acontecido e gostaria muito de saber como foi pactuada a participação da equipe, o que precedeu a entrega dos questionários… Acredito que a participação ativa dos profissionais da implementação desse programa é fundamental para seu sucesso.

Abraços

Sabrina

Sabrina, enviamos seu questionamento para a responsável por esse projeto, Dra. Vera Bonato. Segue a resposta dela.

Abs.

Gabriela.

Prezada Sabrina,

Muitas são as estratégias possíveis de serem utilizadas no desenvolvimento de um programa de trabalho, e, por isso há de ser considerado, vários aspectos institucionais e fundamentalmente, a cultura da organização, visando formatar um diagnóstico, que oriente as ações a serem realizadas. Dentro desta visão, avaliamos o conjunto de elementos organizacionais e optamos por iniciar a aproximação dos colaboradores com o programa de envelhecimento saudável,  com um evento de integração e de sensibilização para o tema.

Antes de sua realização aconteceram reuniões em pequenos grupos valorizando a percepção dos profissionais acerca do tema e abrindo espaço de escrita para suas experiências e cases, tanto ocorridos no âmbito do trabalho e da instituição  quanto relatos associados a sua própria vida pessoal.

No dia do evento predominou um clima de fácil contato. A presença dos mágicos, como atração lúdica, com sua maestria e leveza tornou bastante favorável a abordagem dos colaboradores pelos instrutores, para avançar na discussão de “Como me sinto para atender idosos”.

A conversa correu de forma descontraída e ao fundo sempre havia risos, envolvimento e descontração, permitindo que os profissionais presentes se colocassem  e refletissem a cerca do questionamento realizado.

Após esta etapa procedemos a tabulação dos questionários, visando identificar necessidades para traçarmos estratégias adequadas a este grupo sob diferentes aspectos.

Lamento ter visto esse post somente hoje. Passei uma semana internada no Incor, tecnicamente muito bem cuidada, mas com algumas sugestões muito importantes para esse grupo que pretende identificar propostas para um bom atendimento para idosos (meu caso).

A chegada no PS/SUS: com indicação do meu cardio para internação imediata por suspeita de infarto (exames em mãos); passagem pelo Acolhimento com Classificação de Risco (PNH) e espera de 4 horas até ser atendida.

Internação no PS ou corredores, luzes e máquinas ligadas 24 horas, sem espaço entre camas, homens e mulheres adoecidos sem ter com quem conversar: plantões de equipes que se revezam; passagens de plantão sobre ´seu´ caso aos pés da tua cama que ignoram você. A visita: somente uma hora por dia!

Você virou um corpo com extensões de cabos e "picadas" nos braços, barriga, termômetros, pressão arterial, etc. e ninguém fala contigo, parece que você não existe, é só um corpo…  (continua)

Continuo no SUS, agora na UTI Coronária, quarto individual, tudo muito cuidado, digno para qualquer pessoa, ligada a aparelhos mas sem barulho, TV tela plana, e graças aos amigos, muitos livros!. A visita: 1 hora por dia para 2 pessoas com possibilidades de alternância. O problema aqui foi que levam a gente para fazer exames na única hora de visita que você tem por dia! Me neguei a fazer exames nesse momento sem a garantia do meu direito à extensão do horário de visita, foi um ganho, mas não resolve a questão porque houve amigos que só puderam ficar no horário previamente marcado.

O quarto da Semi Intensiva tem o mesmo conforto e qualidade da UTI e mais janelões que anunciam o dia, a noite, as chuvas, o sol. O mesmo problema com os exames no horário de visita e ainda maior rigidez dos funcionários: só 2 pessoas sem alternância com outras.

Várias questões coloquei para a Ouvidora Claudia: por que no momento de maior fragilidade do doente, quando chega ao PS o acolhimento é tão péssimo e a classificação de risco não funciona? Quando conseguimos entrar, as acomodações são no limite, do limite, do limite do suportável para qualquer ser humano (totalmente diferente da UTI e SI).

O horário de visita deve ser primeiramente respeitado no Hospital e em segundo lugar, estendido, para familiares e amigos que devolvem ao paciente sua condição de sujeito falante, desejante e protagonista essencial de seu processo de cura!   

Os hospitais escolas precisam, além das rotativas,  ter equipes de saúde fixas que acompanhem o processo dos pacientes e sejam as referências estáveis na permanência  dos usuários no serviço hospitalar.

Esqueci de apontar que segundo o Estatuto do Idoso as pessoas com mais de 60 anos tem direito a acompanhante permanente nas internações, salvo recusa por escrito de autoridade médica…