PASSE LIVRE PELA CIDADANIA E PELA JUSTIÇA SOCIAL JÁ!

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Baderneiros são estetas, por origem, quando admiravam a arte da dança da italiana Maria Baderna, que escandalizou a sociedade escravista brasileira ao difundir a dança africana e, por isto, foi acusada de corromper a juventude.
Vândalos são os chamados “bárbaros” pelos romanos, éticos que se recusavam a lutar em defesa da elite romana contra os escravos e outros povos que se rebelavam.
Na estética baderna e na ética vândala se figurava uma política de justiça social. Só mais tarde, capturados, estes vocábulos passaram a significar a depredação da propriedade pública ou privada. Ambos os termos se vinculam a uma reação contra a escravização de uma minoria por uma hegemonia perversa.
Significativo que nas manifestações dos tais vândalos e baderneiros armados fortemente até os dentes com perigosos cartazes e faixas e entoando um grito hediondo de guerra: “SEM VIOLÊNCIA” o aparato de defesa da vida e da cidadania reaja com armas que, mesmo sem ser de fogo, mutilam e com gás que, indiscriminadamente utilizado, pode trazer prejuízos à saúde. Que nem mesmo jornalistas e simples cidadãos que registram pela janela de prédios o que se passa estejam isentos do ataque messiânico dos guardiões da ordem seja espantoso, já que perpetram a mesma violência demonstrada pelos que protestam.
Mas que ordem os guardiões guardam? Que cidadania eles preservam? Que vida?
Estarei louco ou há algo completamente fora de lugar?
Acho que, diferente da mídia, cedo se percebeu que o Passe Livre queria ir além do aumento de passagens que engordam os bolsos já polpudos dos empresários que diminuíram efetivos, aumentaram passagem e não modernizaram a frota, muito menos o número necessário para atendimento deste serviço essencial, menos ainda a manutenção, higiene e segurança de seus transportes.
Isto só já justificava o protesto, mas o Passe Livre ia em direção ao um basta de tanto cinismo por uma juventude que não só deseja fortemente, mas precisa ir em frente, salvaguardar aquele que será o país do qual será gestora e promotora em pouco tempo e, que, portanto, não tem a mínima intenção de depredar, mas de preservar.
Se ser baderneiro e vândalo é gritar “SEM VIOLÊNCIA” e “JUSTIÇA SOCIAL”, sigo a dança de Maria Baderna, sigo o nomadismo dos Vândalos e juntando a estética, a ética e a política clamo:
PASSE LIVRE PELA CIDADANIA E PELA JUSTIÇA SOCIAL JÁ!