Acolhimento com avaliação de risco na Unidade de Emergência Referenciada do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP

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Rede Humaniza FMUSP-HC 26/07/2013

Segundo a legislação vigente, o atendimento de urgência e emergência é responsabilidade da Rede SUS como um todo e de acordo com o grau de gravidade dos pacientes e complexidade tecnológica de cada serviço de saúde. Nesse contexto, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP é referência na Rede SUS para casos de alta gravidade. Os pacientes que não demandam atendimento de urgência ou emergência devem ser orientados para o atendimento em unidades de atenção primária e secundária da Rede SUS.

Essa proposta de referenciamento está de acordo com a portaria GM nº 2.048, de 05 de novembro de 2002, na qual o Ministério da Saúde aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência e estabelece os princípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência.

Ainda assim, muitos pacientes procuram os prontos-socorros do HC com queixas diversas. Para acolher o paciente, avaliar sua situação de saúde com segurança e orientá-lo adequadamente tanto para o atendimento no PS do ICHC, quanto para o serviço de saúde mais adequado e próximo à sua residência, criamos o Serviço de Acolhimento com Avaliação de Risco da Unidade de Emergência Referenciada do ICHC.

Esse serviço funciona vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana. No quadro abaixo, apresentamos suas linhas gerais.

O serviço de acolhimento tem se mostrado bastante satisfatório porque permite aumentar e melhorar o atendimento dos pacientes graves, fornecer orientações aos usuários sobre serviços da Rede SUS, e propiciar a interdisciplinaridade na equipe de saúde.

Em dois meses de atuação já foi possível observar uma mudança de perfil do paciente atendido no pronto socorro, passando de 39% para 61% de casos classificados como de alta gravidade.

Por: Dra. Izabel Cristina Rios, coordenadora da Rede Humaniza FMUSPHC

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4 Comentários

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Por Sabrina Ferigato

Parabéns a equipe do Hospital das clínicas pela excelente iniciativa. Gostaria de saber também quais são os desafios cotidianos que vcs encontram para efetivar essa ação e qual é a receptividade da equipe e usuários em relação a isso. Existe alguma forma específico de criar pontes com a Atenção Básica nos casos não elegíveis para o hospital?

Aproveito para socializar, para quem tiver interesse a cartilha da PNH de acolhiemento e classificação de risco:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_classificaao_risco_servico_urgencia.pdf

Abraços

Sabrina

    Por Rede Humaniza FMUSP-HC

    Sabrina, 

    Dra. Izabel, coordenadora da Rede Humaniza FMUSPHC, respondeu seus questionamentos acima.

     

    Abraços,

    Pedro.

Por Izabel Rios

Cara, Sabrina

Os desafios são muitos…

A começar pelas instalações físicas, uma vez que estamos em reforma, justamente para ampliar nossa capacidade de atendimento de casos graves, mas às vezes, quando a demanda aumenta, não conseguimos oferecer um ambiente físico mais acolhedor, e isso nos preocupa.

Outro aspecto importante é desenvolver uma boa comunicação externa e interna para que os demais serviços da Rede, principalmente de outros municípios, e os do próprio HC, ambulatórios e outros Institutos, sigam as orientações para encaminhamento de pacientes ao PS. Esse trabalho é constante.

Quanto à receptividade da equipe ao modelo do acolhimento, observamos que a maioria dos profissionais se envolveram com a proposta que vem sendo construída e aprimorada em oficinas com a equipe. Desde o início, a cada 2 meses, realizamos oficinas em vários dias e horários para que todos possam participar. Segundo a equipe e nossa observação, esse dispositivo de gestão tem sido fundamental para o trabalho cotidiano. Mas certamente que sempre há um ou outro profissional que não se interessa por esse tipo de atendimento.

Já entre os usuários, observamos que, quando encaminhados a outro serviço da Rede SUS, a maioria compreende e, embora não exatamente satisfeitos (pois desejavam ser atendidos no HC) consideram que foram orientados. Um indicador disso é que diminuiu o número de queixas sobre o atendimento no PS na ouvidoria. Mas para sabermos melhor o que o paciente pensa sobre o serviço, faremos uma pesquisa de satisfação junto a eles, em breve.

Por fim, o aspecto que tem sido o mais complicado é a regulação. Infelizmente, muitos pacientes retornam ao PS dizendo que procuraram a AMA e não foram atendidos, particularmente em algumas regiões como a Sul e a Leste. Por outro lado, sabemos que as AMAs se ressentem da falta da Atenção Básica. Enfim, esse é um desafio que todos que trabalhamos no SUS temos de encarar com o compromisso de fazer funcionar o Sistema como um todo.

Abraços!

Izabel