PREOCUPAÇÕES QUE VEM DE AMBAS AS PARTES
A presente resenha pretende trazer à tona o fruto de observações empíricas realizadas dentro de um hospital e de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada em Santa Maria. Quero ressaltar que estes escritos não têm por fim a denuncia, porém, juntamente com o leitor propor reflexões críticas a respeito do Sistema Único de Saúde (SUS) implantado pela Lei n° 8.080 de 19 de Setembro de 1990.
Quando falo de ambas as partes, refiro-me ao paciente (sujeito que vai a busca do serviço prestado pelo SUS) e, também aos responsáveis pela gerência e colocação do SUS em prática (médicos, administradores, enfermeiros, etc). Preocupações devido a ambos estarem desinformados a respeito do que as diretrizes da Lei do SUS se propõem a assegurar aos cidadãos como direito.
As pessoas que aderem aos serviços de saúde prestados pelo SUS e, que em suma, todas têm o direito, “muitas” não sabe procurar o serviço de forma correta, ou seja, não sabem qual o propósito de cada unidade de saúde. Como por exemplo, vão a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para tomarem vacina, trocarem curativo ou com cólica intestinal onde para este tipo de serviço deveria ser procurado a UBS (Unidade Básica de Saúde), pois, são serviços de pouca gravidade e não de urgência e de emergência.
A Lei do SUS diz que a partir do momento em que uma pessoa buscar o serviço não se deve negar o atendimento. Então, como no caso a cima citada no exemplo, ou se é encaminhado à outra unidade de saúde conforme padrão de atendimento ou se retém o sujeito/paciente e se tem grande quantidade de pessoas para o atendimento. Assim, gerando tumultos, desentendimentos, estresse e horas a fio esperando pelo atendimento do médico.
As pessoas que buscam o serviço do SUS não são culpadas por si só, mas sim pela falta de comunicação que há até dentro de uma “única” unidade de saúde. Comunicação essa que deve ser uma única “língua” entre os funcionários do sistema de saúde e o saber coerente relacionado à forma e o encaminhamento adequado a cada pessoa com sua queixa.
No entanto, o que se observa são unidades de saúde gerenciadas pelo SUS com pessoas não capacitadas para oferecer o melhor serviço conforme os direitos da Lei do SUS e, pessoas/pacientes desinformadas dos serviços de saúde prestados por tais unidades. Porém vão à busca de seus direitos enfrentando filas e estresse onde muitas vezes ou ficam mais estressadas e somatizam mais a gravidade de seus sintomas/queixas ou por fim acabam por diminuí-los pela demora dos atendimentos.
A Lei do SUS é considerada nova, mas são as mudanças de hoje que vão ser responsáveis pela excelência de amanhã. Precisamos que o governo crie métodos de fiscalização e de melhor implantação e gerenciamento do SUS. O papel aceita tudo, não adianta nos sermos país pioneiro em lei que dá e garante direito em relação à saúde se a prática é diferente do que está apoiado e escrito na Constituição Federal. O que deve ser feito para melhorias na rede SUS?
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Olá André,
Seja muito bem vindo à nossa rede!
Ao ler o teu post, pensei imediatamente numa das funções que dão existência para a nossa RHS. Abrir a possibilidade para que se fale também sobre o funcionamento micro do SUS, de seu cotidiano, dos encontros e desencontros que vão se fazendo pela vida. E de suas "correções" de rumo.
O acolhimento em rede aberta, com qualquer tipo de participação, discussão e propostas, é um dos modos que criamos coletivamente com todos aqueles que por aqui chegam. E assim é por sabermos que é este o oxigênio de que precisa toda iniciativa que se propõe ser democrática.
Tua escrita crítica é muito bem vinda por produzir as provocações necessárias para o real funcionamento do diálogo.
abraço,
Iza