Entrevista: Sérgio Carrara fala do Ciclo De Debates do Lappis
O Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde (Lappis), em conjunto com o Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), inicia o Ciclo de Debates Medicalização, ideologia e ciência: quo vadis?, com o tema Discursos sobre a sexualidade, em encontro marcado para 16 de setembro de 2013.
Em entrevista ao Portal do Lappis, um dos debatedores, Sergio Carrara, coordenador do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/Uerj) e membro do Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos (LIDIS/Uerj) fala sobre as expectativas para o evento.
Além de Carrara, está confirmada a presença do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), escritor, jornalista, professor universitário e ativista pelos direitos humanos, equidade de gênero e diversidade sexual; Kenneth Camargo, professor associado da Uerj, editor associado do American Journal of Public Health e editor da revista Physis; Roseni Pinheiro, professora adjunta do IMS/Uerj e coordenadora e líder do Grupo de Pesquisa do CNPq Lappis.
O debate será realizado das 13h às 16h, no auditório 51, no 5º andar da Uerj, no campus Maracanã, no Rio de Janeiro e transmitido ao vivo, através do portal Lappis: www.lappis.org.br. Inscreva-se.
Confira a íntegra da entrevista.
BoletIN– Qual a sua expectativa para a primeira edição do Ciclo de Debates Medicalização, ideologia e ciência: quo vadis?
Sergio Carrara – A mesa irá reunir pessoas da academia com um deputado federal que trabalha com a temática da sexualidade, então eu espero que a gente consiga discutir e ter novas ideias sobre o modo como atualmente o discurso médico e psiquiátrico incide sobre a sexualidade e as consequências políticas desta incidência. Atualmente temos várias questões que estão em discussão na sociedade, como por exemplo os projetos propostos para a cura da homossexualidade e até mesmo questões que dizem respeito ao atendimento de transexuais na rede pública de saúde.
Temos vários pontos atuais e “quentes”, eu diria, de intersecção entre a política e a academia. Eu acho que vai ser uma discussão muito intensa, uma vez que irá colocar em diálogo pessoas que estão envolvidas com o tema na academia com um deputado que notoriamente trabalha em defesa da sexualidade e que tem se notabilizado e se tornado uma voz pública importante nesta questão.
BoletIN– Em sua opinião, qual contexto atual dos discursos sobre a sexualidade no Brasil?
Sergio Carrara – Respondendo à queima roupa, é um momento muito complexo onde você tem várias intersecções entre recursos e ideias. Temos desde, por exemplo, alguns deputados evangélicos incorporando em seu discurso uma certa perspectiva que do ponto de vista das ciências sociais, das ciências humanas é chamada de “construcionista”, ou seja, que uma sexualidade não natural, não determinada geneticamente e que pode ser transformada e também incorporam outros discursos religiosos, dando ao discurso a direção de um determinismo biológico, como o discurso da igreja católica, que vão perceber a sexualidade como algo inato e não transformável.
BoletIN– Para concluir, que abordagem o Sr pretende levar à mesa sobre os Discursos sobre a sexualidade?
Sergio Carrara – Eu penso em abordar quais são as novas moralidades, que levam a esta transformação por que passa a sexualidade e como é que, de um modo geral, as Ciências Sociais têm se posicionado em relação a isto.
Mais informações:
Atividade: Ciclo de Debates Medicalização, ideologia e ciência: quo vadis?, com o tema Discursos sobre a sexualidade
Local: Auditório 51, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rua São Francisco Xavier, 524, 5º andar, bloco F, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ
Contato: (21)2567-7086 / [email protected]