Promoção da saúde no “Dia do Homem” em Unidade Básica de Saúde em Natal -RN

Esta intervenção foi realizada durante o Internato em Medicina da Família e Comunidade do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desenvolvida pelos doutorandos Gabriella Lúcio Calazans Duarte, Kleyton César de Lima Morais, Ingrid Tinôco Silvestre e Mário Guimarães de Amorim do 9º período, realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Aparecida, que possui Estratégia de Saúde da Família (ESF), situada no bairro de Mãe Luíza, em Natal/Rio Grande do Norte (RN), tendo como preceptora a professora Dra Neuma Marinho de Queiroz Santos da Costa Cunha.

Introdução: O homem, historicamente, carrega um papel de “invulnerabilidade”, associado à força e virilidade, encontrados inclusive em suas atribuições, o que se relaciona com a desvalorização do autocuidado visto na sociedade atual e no âmbito da ESF. Além disso, políticas públicas brasileiras não viam a saúde do homem como relevante, até a Política de Atenção Integral à Saúde do Homem em 2008, que busca a aproximação deste público à ESF, para tentar o mesmo sucesso alcançado com mulheres, crianças e idosos. A ausência às consultas médicas de rotina faz os homens precisarem de cuidados de saúde com doenças graves, quando tratar é mais difícil. Assim, tornam-se importantes intervenções para recrutar homens, fazendo-os ter acompanhamento continuo pela Atenção Básica e mesmo campanhas de prevenção de agravos e promoção à saúde.

Metodologia: Foi realizada no dia 31 de julho de 2013, na UBS de Aparecida, em Mãe Luíza, Natal-RN. Priorizou atendimentos em saúde, com aferição de pressão, testes de glicemia capilar, exames sorológicos pós-aconselhamento, vacinas, aplicação de flúor, e consultas médicas, além de fornecer orientações gerais sobre saúde do homem, buscando-se atingir o maior número de participantes. Colaboraram médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, dentistas, auxiliar de serviços dentários, agentes comunitários de saúde, todos membros da ESF, além de um grupo técnico da secretaria de saúde municipal e alunos de medicina da UFRN.

Resultados e discussão: 73 homens passaram por atendimento médico, 61 na nutrição, 32 pela odontologia e, 42 fizeram sorologias, totalizando 168 exames. A ação prezou pelo atendimento pessoal direcionado às necessidades dos homens abordados naquele momento em específico, orientando-os sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e demais dúvidas quanto à saúde do homem, informando-os sobre a presença da UBS como atuante no atendimento cotidiano e comunitário e estimulando-os ao cuidado com a própria saúde e utilização do SUS para acolhê-los conforme as necessidades. A ação pôs em foco o papel educativo desse cenário de atendimento à comunidade, reforçando-o junto aos usuários e aos profissionais e estudantes envolvidos na ação. Ações como essa se justificam como de grande importância, tendo em vista que a população masculina, além da vulnerabilidade a determinados agravos a que está submetida, ainda possui uma grande carência de conhecimento no que diz respeito às políticas de saúde em vigência no SUS, fato que repercute na pouca presença desses indivíduos nas UBS. Diferentemente das mulheres, que tem presença mais marcante nos serviços de saúde, provavelmente associada a fatores culturais ou sociais e ao fato de caber a estas o acompanhamento de crianças, idosos e adolescentes a esses serviços de saúde, sua frequência no pré-natal ou em consultas ginecológicas de rotina, fazendo com que elas se tornem mais próximas desses serviços durante toda a vida. A ação realizada em Aparecida ratifica os princípios norteadores da Política, assim como as diretrizes da atenção básica, que primam pela melhor articulação das redes de serviço rumo à integralidade, resolutividade e intersetorialidade, de modo a garantir o primordial: cuidado contínuo e proteção social, na medida em que proporcionou uma visão clínica, epidemiológica e social da saúde da comunidade, repercutindo em maior cuidado ao usuário.

Conclusão: Diante do contingente alcançado, é visto que ações desse tipo são benéficas para a sociedade e auxiliam na inserção da população masculina na dinâmica da atenção básica, além de passar ideias de prevenção de agravos e promoção da saúde, iniciando pelo menos com aconselhamentos sobre mudanças na alimentação e estilo de vida, desaconselhar tabagismo, ou até mesmo, consultar mais seu médico. Atingindo esse objetivo, acredita-se que o homem viverá mais e com melhor qualidade de vida.

Referências: 
1- Costa e Silva MED, Alvarenga WA, Silva SS, Barbosa LDCS, Rocha SS. Resistência do homem às ações de saúde: percepção de enfermeiras da Estratégia de Saúde da Família. Rev Interd NOVAPI 2010; 3(3): 21-25.
2- Vasconcelos FJA. Saúde do homem x Estratégia de Saúde da Família: um desafio [Trabalho de Conclusão de Curso]. Formiga – MG; 2012.
3 – Junior EAL, Lima HS. Promoção da saúde masculina na atenção básica. Pesquisa em foco 2009; 17(2): 32 – 41.
4 – Julião GG, Weigelt LD. Atenção à saúde do homem em unidades de Estratégia de Saúde da Família. R. Enferm. UFSM 2011; 1(2): 144-152.
5 – Laurenti R, Jorge MHPM, Gotlieb SLD. Perfil epidemiológico da morbi-mortalidade masculina. Cienc. saude coletiva. 2005; 10(1): 35-46.
6 – Bonito RF, Landó L, Costa DSR. Discutindo saúde do homem em unidades básicas de saúde da família, em Uberlândia, MG. Em extensão. 2010; 9(1): 163-172.