Crônica da vida cotidiana na RHS – um povo por vir

11 votos

 

 

low budget flesh mandala from Victor Morales 

 

 

                                                                        “Eu é um outro” (Rimbaud)

                                                                       “De repente é como se nada tivesse mudado e, no entanto, tudo mudou” ( Suely Rolnik )

 

A crônica desta semana será uma homenagem aos mais de 15.000 usuários que habitam este espaço virtual e nasce da colagem literal de um comentário de Luciane Réggio no post de Sabrina Ferigato sobre a redehumanizasus e suas 15000 interfaces:

 

Mais de 15.000 pessoas cadastradas…

Uma alegria acompanhar o crescimento da “nossa RHS”, vendo cada um chegar, publicar, comentar, trocar conhecimentos, afetos, numa política de companheirismo e amizade no SUS que dá certo e, por que não dizer, na vida! Nos tornamos próximos em distâncias que se tornam irrelevantes no tempo…

“Nossa ” porque é feita do trabalho de cada um, blogueiros na RHS, militantes do SUS e defensores da vida ! Por isso, comemorarmos juntos tem esse sentido especial coletivo, e para cada um, quem sabe outros.

Quanta vida salta dos posts e comentários !

Cada um é um nó em rede de redes, com suas peculiaridades, em diferentes territórios, frentes diversas, diferenças regionais, e compartilhando um comum, o trabalho, as idéias e utopias, a vida e a possibilidade de produção de mais vida/saúde…

Levamos as palavras das experiências que nos co-movem,  as quais são “fontes” de possibilidades e de força viva da biopotência coletiva que vamos cartografando… Quem sabe em estratégias, como diz Pelbart, de "reativação vital, de constituição de si, individual e coletiva”.

Sobretudo, é vívida na RHS a construção e afirmação de um lugar legítimo… Através dos posts, as pessoas envolvidas no SUS têm voz, sejam trabalhadores de saúde, usuários em geral, pesquisadores, graduandos, residentes, formadores, gestores… qualquer um. Livre expressão. Podem criar para si esse lugar, que muitas vezes sabemos, nos territórios, nem sempre acontece… Blogueiros se tornam conhecidos por suas idéias, lutas, e disponibilidade em doar seu tempo para essa construção coletiva e ética no SUS/do SUS/na vida/de vida.

 

Editores/cuidadores cortam os céus para reuniões/encontros, confabulando agenciamentos…

À vista, a terra (a areia da praia), a água (o mar), (n)o ar e o fogo?

Cada participante como cuidador também… compartilhando esse virtual coletivo, com afeto, ética e militância da vida. Como não viver a RHS?

“Sensorialidade alargada” (de novo, Pelbart), “potência de vida da multidão”.

Com direito a dissertação “Inovações na AB presentes na RHS”, da querida Érica, e uma tese, "PRODUZIR(NOS) ponto COM", da Lílian Weber!

Teremos ideia do que está sendo produzido na/pela RHS? O que pode a RHS? Seguiremos na experimentação, com algumas pistas…

“Na RHS, há uma condensação de fatores “em defesa da vida”: a lógica do SUS e da PNH, na qual ela se funda; dos autores e vertentes teóricas a que se afiliam os participantes; do próprio uso da internet que carrega em si uma história de produção coletiva e de subversão (hackers) pela liberdade.” (Lílian Weber, 2012)

 

"O que dá certo no SUS que dá certo?"

A procura por elementos de inovação nas formas de produzir saúde na atenção básica expressas na Rede HumanizaSUS possibilitou um caminhar de muitas surpresas, encantamentos, indignação e um aprendizado profundo. Os posts lidos eram mais que palavras, eram histórias vivas de um cotidiano da atenção básica que revolta, emociona, desanima e ganha fôlego para fazer acontecer diferente, e que mostram novos caminhos, desejos e possibilidades de pesquisa.” (Erica Menezes, 2013)