O papel dos CAPS na reforma psiquiátrica brasileira.

11 votos

         O que pretendo apresentar é a importância dada a esse novo modelo de atendimento que são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e que tem sido considerado um dos avanços significativos na Reforma Psiquiátrica brasileira, seu papel fundamental é desempenhar a função de articuladores da rede comunitária de atendimento em saúde mental com os usuários, apresentando-se também como um equipamento substitutivo, para o modelo de atenção centralizado na assistência hospitalar psiquiátrica que já não é considerado o ideal para tratamento em saúde metal. Os CAPS têm por objetivo oferecer aos seus usuários um tratamento que alia o acompanhamento clínico e os cuidados de reintegração social por meio do acesso ao trabalho, ao lazer, pelo exercício dos direitos civis, bem como pela construção ou reconstrução dos laços comunitários e familiares, E isso é um dos principais desafios da Reforma Psiquiátrica, visto que a exclusão social é um problema até mesmo para pessoas em condições “normais” de produtividade e competitividade como poderemos incluir aqueles que precisam de uma atenção especial em sua saúde mental? Os CAPS, sendo um serviço destinado a promover a Reabilitação Psicossocial, avançam em direção à construção de um outro modelo de atenção, voltado a integração em substituição aos serviços hospitalares psiquiátricos que têm por objeto de intervenção a doença mental e não a pessoa em seu contexto de vida. Contrariamente, o projeto do CAPS apresenta como preocupação central o sujeito e sua singularidade, sua história, sua cultura e sua vida quotidiana. O que na minha opinião além de ir ao encontro das necessidades atuais da sociedade, onde não cabe alienar a pessoa, e sim acolher suas necessidades dentro da sociedade que vive. A internação não promove benefícios e sim atrasa a sua recuperação social, mesmo que ocorra melhora em sua saúde mental ao retornar no convívio social onde pode encontrar fontes para alimentar, ou sua dependência  ou representações mentais, desqualificando o atendimento proposto através da internação. Ainda acrescento que podemos combinar os métodos na expectativa de encontrar uma melhor atendimento aos usuários dos serviços de saúde mental, o que ao meu ver é possível e interessante, partindo do pressuposto que o atendimento dos CAPS também promove essa iniciativa. Por fim vale ressaltar que aquele que se encontra em situação de exclusão social, pode parecer retórico mas já está excluído, o que precisa não  é apenas mudar de lugar onde vive, (no caso uma internação), o que precisa, e isso e ser incluído, e isso é mais que dar um tratamento para melhorar sua saúde mental, inclusão é um termo completo que envolve a mudança de toda a vida da pessoa em decorrência de apoio e de sua vontade o que além de ser moral também seque parâmetros éticos.

 

 

 

 

 

Dalvane Pohlmann