Psicologia: Um novo significado para a Prática Clínica.
Sou Isabel Blini, estudante do quarto semestre de Psicologia na Faculdade Integrada de Santa Maria, aluna da disciplina Introdução da Psicologia da Saúde. Nessa matéria, nos foi proposto escrever a respeito de temas selecionados em aula que geraram debates e posicionamentos. O tema que escolhi trata-se do ressignificado da Prática Clínica.
O ser humano, no início da história da Prática Clínica, foi analisado como um ser à parte da sociedade, tendo como causa de sua patologia razões de cunho biológico e singular, inerente àquele indivíduo. A psicologia da época era higienista, levando o psicólogo a cargo de curar os sujeitos dentro de um consultório fechado, para logo larga-los de volta a uma sociedade doente, fazendo com que o mesmo adoecesse novamente. Não havia uma preocupação da reinserção do doente na sociedade, pois as doenças psicológicas marcavam o ser humano como dispensável, já que ele não atendia aos parâmetros da dita “normalidade”. Atualmente, o nosso desafio é modificar essa perspectiva, dando ao indivíduo o direito a ter seu contexto histórico social econômico familiar, e de ser analisado a partir dele. Trazendo esse debate à tona, percebemos que a doença está localizada na nossa sociedade, e que ela se dissemina entre as pessoas como que se sua forma de contágio fosse pelo ar, o que de certa forma, não deixa de ser inverdade. A doença se espalha pelos sinais de televisão, rádio, internet, meios de comunicação que dão cada vez mais ênfase ao consumismo, a violência. A consequência é a criação de um estado permanente de medo, angústia, estresse que acarreta ao adoecimento da mente e do psicológico humano. A Prática Clínica tem a obrigação de abarcar todos esses fatores ao sujeito durante o seu diagnóstico, e o psicólogo de assumir não apenas o papel de um médico higienizador, mas de uma ferramenta transformadora de sua sociedade. É necessário o entendimento que seu trabalho não abrange apenas o tamanho de sua clínica e sua especialidade; o psicólogo precisa ir além do seu conhecimento teórico acadêmico: é preciso ser interdisciplinar. O paciente não pode ser forçado a encaixar-se em um conhecimento teórico: O conhecimento que deve moldar-se aos contextos do sujeito, dando a ele as marcas da nossa realidade. Em vista disso, concordo com as autoras do Artigo “O Surgimento da Clínica Psicológica: da Prática Curativa aos Dispositivos de Promoção da Saúde”: “Não é o local que define a clínica, e sim, a posição do profissional e os objetivos de libertação e potencialização dos sujeitos” (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, p. 620).
Bibliografia
ANGERAMI, V. A. e col. Psicologia Hospitalar. A atuação do Psicólogo no Contexto Hospitalar. São Paulo: Traço Editora, 1984
MOREIRA, J; ROMAGNOLI, R; NEVES, E. O Surgimento da Clínica Psicológica: Da Prática Curativa aos Dispositivos de Promoção da Saúde. PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, vol.27, n.4, pp. 608-621.