Quando o Dê-Lírio acaba?

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Quando se têm uma notícia muito triste de morte
O coração salta e começa a disparar ansioso
Junto uma dor que causa um sentimento angustioso
E as lembranças afloram agora mais forte

Saudades de um dia no CAPS, dos Dê-lírios em Cena,
Dos momentos bons que junto vinha a felicidade
Tempos idos que se vai esquecendo num surto.
Quando esta pessoa transcende as novas fronteiras

Uma lacuna triste se abre a partir deste momento
Sabe-se que nada mais vai preencher essa partida
Cada pessoa tem o seu próprio espaço nessa vida
Desde a hora da concepção e de seu nascimento

Destino de cada ser vivente nesse planeta é viver e morrer
Nunca sabemos se viver é morrer ou morrer é nascer.

Em memória de Valdirene Zini dos Santos Padilha.

“Ainda não saiu o resultado da necrópsia…mas a suspeita é que foi por intoxicação medicamentosa.
Ela havia ficado em hospitalidade no CAPS III durante a semana mas foi evoluindo para um quadro de catatonia…então foi orientado internação…ela deu entrada no Hospital Geral no último sábado e veio a falecer na Ala Psiquiátrica na terça o pessoal do CAPS ficou bastante abalado…”

Essa noite eu demorei para dormir, pensando um turbilhão de coisas… podia ter sido eu, ou qualquer um, faz um mês e meio que vi a Val pela última vez, e a gente nunca imagina que é a última vez… e a gente pensa que está protegido no CAPS, mas o CAPS também é frágil, como uma flor um lírio ou Dê-Lírio que para mim acabou de perder o encanto…” (Raphael)

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