Faço parte do SUS que dá certo – Teresinha Moreira

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Formada em enfermagem e psicologia, ela trabalha há 35 anos com a saúde pública brasileira. Com a experiência de quem participou da construção do SUS, na década de 80,  Teresinha Moreira trabalha no apoio da PNH em Minas Gerais desde a metade de 2012.

Mas sua trajetória na PNH começou em 2005, quando a humanização precisava adentrar a região norte do Brasil. E, militante, encarou a coordenação da PNH na região. “O SUS tem que trabalhar com as pessoas que tem menos condição de chegar a ele. A região norte é carente,  cheia de populações marginalizadas, como índios e ribeirinhos, me senti tocada com tanta iniquidade, daí eu fui”, afirmou ela. De alma nômade, enfrentava horas e horas de voo entre sua residência (primeiro em Brasília, depois em Belo Horizonte)  e o apoio na região norte. O interessante é que, para ela, a distância nunca foi o maior desafio. “ Foi difícil avançar em alguns locais com trabalhadores pouco politizados, com medo de sair de sua zona de conforto e incomodar o gestor”, disse ela, que por isso, considera que a diretriz mestra da PNH é a cogestão. “Com gestão colegiada, é possível aparecer o protagonismo e autonomia dos trabalhadores. Sem isso, fica difícil avançar na humanização do SUS”, afirmou. E ao longo desses sete anos de trabalho na região norte, um dos locais de trabalho mais marcantes fica no interior do Pará, a cidade de Paraopebas, onde pôde perceber a potência da  PNH. “Fizemos oficinas, seminários, formamos apoiadores para a PNH num local com apenas um hospital, mas com trabalhador e gestor comprometidos em fazer um SUS qualificado”, afirmou.

Como coordenadora regional da PNH,  Teresinha trabalha na articulação política para abertura de parcerias, participa de reuniões de trabalho com as SES e SMS, com os  coletivos ampliados da PNH, e realiza também visitas técnicas às unidades de saúde, entre outras funções.  Seu primeiro emprego porém, foi na saúde privada, tendo passado pelo Hospital de Crônicas, a Maternidade Otaviano Neves, e também professora de cursos técnicos e faculdades de enfermagem.

O primeiro contato com o SUS foi durante o projeto Larga Escala, que formava agentes de saúde, em Uberaba, no interior mineiro, na década de 80. No MS, antes da PNH, Teresinha   trabalhou  na Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) em 2000, apoiando a gestão dos estados de Alagoas, Sergipe e Rondônia bem como seus municípios.  Com pesar, ela afirma “Não consegui me fazer usuária do SUS. A mesa do SUS é pequena,  não cabe todos nós.” E continua: “Mas sou parte do SUS que dá certo porque defendo o SUS, trabalho nele e ajudei a construir o SUS do povo brasileiro. Me sinto na  obrigação de contribuir  para o  seu aprimoramento e sustentabilidade”.

 

Faço parte do SUS que dá certo

A PNH possui um informativo eletrônico, o e-PNH,  enviado periodicamente por e-mail aos participantes das listas de discussão da PNH e acessível também neste link na Rede HumanizaSUS. Desde a metade de 2012, esse informativo traz uma coluna chamada Faço parte do SUS que dá certo, que estará disponível também  na Rede HumanizaSUS. Todo o conteúdo produzido será transformado em posts da RHS, o que amplia a divulgação do trabalho e da história de vida de quem contribui para a humanização do SUS. A cada edição, é possível  conhecer trabalhadores, gestores e usuários do SUS que contribuem para o SUS que dá certo, indicados pelos leitores!

Se você conhece alguém que faz parte do SUS que dá certo, indique pra gente! Envie o contato dessa pessoa que faz a diferença no SUS para [email protected] .

E assista às  experiências de humanização finalistas  do Concurso Cultural "Somos Parte do SUS que dá  dá certo" lançado em junho pelo Ministério da Saúde. A iniciativa vai mapear experiências de humanização das cinco regiões brasileiras e dez delas vão compor um vídeo institucional em comemoração aos 10 anos da Política Nacional de Humanização. Saiba mais neste link.