Fukushima, a Economia e a Humanidade: Um caso perdido?
Tenho acompanhado essas notícias. Alguns cientistas tem minorado os alertas com uma série de argumentações. É a informação que, em geral aparece nos sites das grandes mídias. Outros blogs e sites menores, mas mais independentes, têm veiculado informações alarmantes. Parece ser um caso claro de acobertamento pela grande mídia ou de sensacionalismo e imprecisão pessimista dos independentes.
Mas, se metade das consequências mais pessimistas se confirmarem, já será suficiente para mudar o perfil epidemiológico, as taxas de mortalidade e afetar a economia mundial. Mesmo em Chernobyl, o reator ainda hoje está incandescente e a exata medida das consequências para o ambiente não será conhecida por séculos.
O mais preocupante em Fukushima é que os elementos radiativos estão sendo lançados no oceano. Qualquer forma de contaminação será dispersada por todos os continentes rapidamente. É algo muito sério que vem sendo tratado, aparentemente de forma leviana pela comunidade das nações e agências internacionais.
Isso pode se dever a duas razões: Primeiro porque a extensão do problema tenha sido negligenciada. Ou, em segundo lugar porque o dano já não pode mais ser evitado, não importa o que se faça.
O certo é que centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo tem evitado o consumo de peixe por causa de mensagens como esta. O que aconteceria se o mesmo fosse veiculado nos grandes jornais, programas de rádio e televisão? A economia mundial mudaria na mesma hora.
Parece que há um consenso surdo (tácito e não explicitado) entre as agências internacionais: O mundo tem uma carga de humanos que o ambiente não pode suportar. Daí a leviandade com que se trata a possibilidade no crescimento das taxas de mortalidade.
No início do século XX era a eugenia que levou ao nazismo e ao totalitarismo através do ódio racial. Agora, há um senso comum, meio inconsciente e subliminar, de que sem uma grande mortandade de humanos, as coisas não podem ficar bem. É uma fé absurda, mas dialoga com mitos milenaristas, apocalípticos e comuns a todos os grandes sistemas metafísicos e místicos da cultura humana.
Começo a me convencer de que esses elementos interagindo vão acabar causando uma coleção de catástrofes. Se não nos dermos conta da ameaça que nossas crenças não examinadas e nosso inconsciente coletivo representam, desventuras em série poderão resultar numa combinação de crises econômicas e ambientais com graves consequências para uma grande parte da humanidade…
A pulsão Freudiana é de morte. A potência dionisíaca é de destruição. O devir e o encontro que estão em curso são mórbidos.
https://portugalmundial.com/2013/10/28-sinais-do-efeito-catastrofico-da-radiacao-de-fukushima/
Por Emilia Alves de Sousa
Oi Marco,
Este teu texto nos traz de volta para uma reflexão sobre aquele fatídico acidente nuclear provocado no Japão em 2011. Na época quanto tudo aconteceu, fiquei apavorada com os noticiários sobre as possíveis consequências do acontecimento para a saúde mundial. O tempo passou, as coisas foram se acomodando, e ficou a sensação de que o perigo passou. E agora você põe o dedo na ferida lembrando que o problema continua, e que existe uma certa leviandade, e ou até mesmo uma intencionalidade aterrorizante na forma como o problema vem sendo tratado. Dá um certo calafrio na espinha dorsal pensar em qualquer uma das razões levantadas. Não sei qual a pior das duas. Prefiro procurar uma outra razão (risos).
Um abraço!
Emília