SEMINÁRIOS SOBRE REDE DE PRODUÇÃO DE SAÚDE, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO MOBILIZAM O COLETIVO DO PI
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Em continuidade ao processo de aprofundamento reflexivo e conceitual da PNH no Estado do PI, transcorreu no dia 24 de Junho o II Seminário Temático da PNH, em torno do tema Rede de Produção de Saúde e Integralidade, com a condução competente e amorosa de Ricardo Teixeira, e logo no dia seguinte, o III Seminário, cuja temática incrementou a discussão do monitoramento e avaliação, trabalhada no Estado na perspectiva integrada ao planejamento das ações, com a presença luminosa de Serafim Santos-Filho.
No primeiro encontro foram discutidos os conceitos de rede, rede de produção de saúde, rede de conversação, integralidade, e outros, favorecendo o repensamento de paradigmas e formas de fazer saúde e estar na vida. O convite de Ricardo foi à reflexão e os participantes foram levados a seguir uma trilha do pensamento que indagava a realidade e fazia com que novos modos de ver o mesmo se construíssem. O grupo foi contagiado pela potência enriquecedora da fala de Ricardo e pelos caminhos que levou todos a percorrer desafiando a quebra de paradigmas e criando possibilidades de novos novo olhares. O espaço era aberto para as manifestações dos participantes durante todo o processo, diríamos um espaço interativo de trocas. Reflexões sobre a integralidade foram aquecidas por um vídeo de produção local, de artistas do PI, intitulado com o este mesmo tema e conduzido por Soraya Pessoa, apoiadora do Estado e membro do Comitê. Este vídeo em breve estará na rede. À tarde trabalhamos numa perspectiva prática os conceitos discutidos, utilizando como ferramenta o Café HumanizaSUS, referenciado de Cajuina HumanizaSUS por Ricardo retratando nossa regionalidade, já que a cajuína é uma bebida típica do PI. Consistiu em formar grupos de até 6 pessoas todos dentro do mesmo espaço (deve funcionar como um café) em torno de uma mesa redonda ( adaptamos pois não tínhamos as mesas, ficamos em cadeiras em circulo). A cada vinte minutos (deixamos a primeira rodada com 30´ para aquecer bem a conversa), as pessoas se deslocam para outras rodas e continuam a conversa. O grupo escolhe alguém para ser o anfitrião, que receberá os colegas que virão das outras rodas e deverá fazer uma síntese do que foi conversado naquele grupo. Cartolinas foram entregues a cada grupo para também serem feitos registros escritos por todos os membros da roda. O ideal é que sejam três rodadas para cada pergunta que geralmente também são 3. Mas novamente adaptamos com duas rodadas para a primeira pergunta e duas para a segunda. As perguntas deverão ser bem formuladas e diretas de acordo com a necessidade-temática a ser enfocada. No caso do Seminário foram:
1. Pensando em sua prática cotidiana, o que você acha que dificulta a construção de práticas de conversação mais qualificadas, mais acolhedoras e capazes de reconhecer o outro como um legítimo outro?
2. De que modo você pensa que esta dificuldades podem ser superadas?
Em seguida fizemos a técnica do aquário, visando abrir o espaço de fala a todos: um grande círculo e outro interno com quatro pessoas que conversavam sobre os temas no circulo interno, o de fora ficavam acompanhando em silêncio. A qualquer momento poderia alguém do circulo externo, tocar o ombro de alguém que estava no circulo de dentro e entrar em seu lugar fazendo circular a palavra. O encontro foi extremamente rico e contribuiu para aumentar o conhecimento sobre a PNH, seus dispositivos, promover encontros potentes de vida, integrar, compreensão teórico-prática da roda de conversação e da rede de produção de saúde. O "hu" pegou geral, sendo praticado bastante por todos. Cada vez que alguém falava algo significativo, o "hu" era entoado.
No III Seminário, sobre “Avaliação como dispositivo da PNH e os indicadores propostos pela PNH”, uma discussão conceitual iniciou as atividades, sempre com o convite gentil de Serafim ao entendimento do processo de monitoramento e avaliação, construindo com os presentes o aprendizado coletivo. Novas reflexões e falas trouxeram a realidade vivida e as experimentações dos participantes no planejamento e elaboração de indicadores para avaliar o processo de implementação da PNH, ao passo que Serafim comentava a partir da fala de cada sujeito novos conteúdos, encaminhamentos e feedback. No período da tarde, fizemos exercício prático com a cartilha de monitoramento e avaliação da PNH sendo utilizada como instrumento. Os participantes leram e discutiram em rodas, parte do referencial teórico abordado e escolheram uma das diretrizes, discutiram então os indicadores aí propostos, se eles se aplicavam a sua realidade, quais já estavam trabalhando, quais novas proposições poderiam fazer a partir da realidade vivida. Momentos ricos de novas trocas e aprofundamentos, todo o grupo sendo levado a construir idéias e sugestões a cada realidade que se colocava. No final a avaliação foi super positiva com ganhos de conhecimento, produção de conhecimento em ato, reformulação e regulações de novas estratégias.
Vale ressaltar que no PI temos trabalhado num esforço de pensar os processos de implementação da PNH a partir de planejamentos participativos que nos levem também a identificar metas e indicadores. Temos desenvolvido este trabalho com algumas equipes e estes serviram também como base para discussões de como fazer a avaliação, registrar resultados e planejar à luz da PNH.
Agradecemos aos nossos queridos amigos e consultores Ricardo e Serafim que disponibilizaram seu tempo, seu conhecimento e sua energia potente para compor conosco esta agenda tão cheia de afetos, conhecimentos, alegria e produção de subjetividades e novas experiências. Agradecemos à SESAPI e todas as pessoas que participaram e viabilizaram nossos encontros, Ana Eulálio, Ioli e toda a sua equipe, ao Comitê Estadual de Humanização e todos que contribuíram. Vamos juntos passo a passo estreitando laços, ampliando nossos coletivos de conversações, pensando processos de trabalho e realizando uma prática de saúde digna, amiga, ética e cidadã.
Annatália Gomes
Consultora PNH/NE II
Por Erasmo Ruiz
Muito instigante o trabalho que está sendo desenvolvido no Piauí na perspectiva destes seminários. Uma alternativa para processos de formação mais rápidos e diretos, ao mesmo tempo em que estimula e (re)potencializa as ações em andamento. Isso sem falar, evidentemente, do brilho do Serafa e de Ricardo. Só tenho uma coisa a dizer: HUUU!
ERASMO