Confiar é ” fiar com ” ( ROBERTO CREMA)

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  Espiritualidade & Saúde, também é isso, nossas vidas no mesmo devir: pessoas usuários trabalhadores gestores, pessoas que se encantam, se cansam e se re-encantam, no ritmo das potencias da dança da vida, aprendendo juntos e nas grupalidades a ‘fiar com’, o confiar em um sentido ampliado. Confiar e fiar assim o trabalho e a vida cotidiana no próprio desenvolvimento com envolvimento, fiar com as dificuldades sim; mas também as sensibilidades-potenciais. Sentidos próprios, intuídos e pensados como fazeres que nascem de sonhos pessoais; e por que não ? Se na concretude, estes mesmos sonhos podem alimentar de singularidades, a composição mais rica das coletividades. Deparamo-nos a todo momento com o paradoxo das polaridades, e das dualidades com seus aparentes antagonismos, em tudo que há gérmen de criação e de movimento na Vida: Sonho subjetivo com produção coletiva; sensibilidades-potenciais frente às dificuldades; desenvolvimento pelo envolvimento, e nesse sentido é o próprio Jung que nos fala: “sem a vivencia dos opostos não há experiência de totalidade e, portanto, não há acesso interior às formas sagradas” da existência cotidiana (GIGLIO, J.S, 2006).

Texto extraído da dissertação de Mestrado da autora: Potencias Antropológicas do Imaginário na Atenção Básica em Saúde Mental: Simbólicas Singulares nas Danças do Cotidiano. /UFPB.