Cartografia das Pérolas

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Dia destes, conversando com minha companheira e irmão de muitas “aventuras” nestes anos de PNH pelo Brasil afora, Claudia Abbês, lembrávamos das “pérolas” que nos aconteceram, impagáveis. Daí a idéia de ir colecionando estes produtos de encontros, que podem não ter um aspecto tão pratico na conceitualidade da PNH, mas que com certeza, fizeram muita diferença nas nossas vidas.

Pra começar, abaixo, uma brincadeira que já havia escrito em 2005. Tomara que estimule a outras pra ir se juntando nesta coleção.

 

Saga de um retorno

“Uma história real”

Final de tarde. Todos exaustos, dia cheio, mas produtivo. Não fosse algumas pessoas tentarem entrar, desesperadamente em carro alheio, o dia seria dos melhores. Começava ai a saga de um retorno.

Em algum momento do dia até ouço a pergunta: Teu vôo é mesmo do Galeão?

Com toda certeza que havia obtido da secretária da PNH, afinal havia perguntado por duas vezes se o vôo que faria – Rio-São Paulo-Campinas – haja aeroporto pra uma viajem tão curto – sairia mesmo do Galeão, costumam sair do Santos Dumont, mas a resposta foi enfática: Galeão. E eu mantive a convicção…

Bem, ainda era finalzinho da tarde, todos loucos pra ir pra casa, após todas os beijinhos e recomendações da Tia Regina, eu, Vera, Adriana e Marilena tomamos o carro do MS para o Galeão. Volta vai, volta vem, todos quietos, exceto alguns comentários, como o do carro que alguém queria pegar a todo custo e que a mulher do cidadão quase espanca nossa amiga na porta do shoping, percebe-se que nosso motorista não tem tanta certeza quanto ao destino, afinal iríamos pro Galeão… em um momento tive certeza que não estávamos assim tão no caminho, já que era a segunda vez que passávamos na frente do Maracanã. E o tempo passava, quase hora dos vôos. Bem, Linha Vermelha, relaxei, agora é só ir em frente, não tem erro… dormi um pouco no banco da frente, enquanto atrás nossas moças, agora mais tranqüilas, também concentravam-se pra viagem. Então, o imprevisto, entre vários, nosso querido motorista, não contente em errar o caminho, bate na traseira de outro carro, tem noção? Linha Vermelha, fim de tarde, sexta feira, chovendo, hora do vôo em cima, não dá pra acreditar, né? Mas pensa que acabou ai?

Foi quando o motorista do corro atingido, o da frente, disse ao nosso: só saio daqui com o BO feito! Foi minha senha, sai imediatamente do carro, querendo achar um Táxi…. a coisa mais idiota que alguém pode querer nessa circunstância: final de tarde, sexta feira ….

Mas, nem tudo tava perdido, Arcanjo Miguel, marido da Vera (não é o Arcanjo, mas ela jura que foi ele) passou em forma de Sr. Airton (acho que é isso, né meninas?) e simplesmente, nestas condições – sexta feira, chovendo, Linha Vermelha … – nos OFERECEU uma carona pro Aeroporto, a glória, dia salvo.

Tudo corria bem, até demos uma camisa da PNH pro santo do Airton, fomos pro Check In, Vera e Adriana pra um lado, eu e Marilene pra outro, afinal faríamos o mesmo vôo, Rio-São Paulo-Campinas, haja avião… Vai daí que a moça do balcão olha, olha , olha e simplesmente, com a cara mais lavada do mundo diz: o vôo de vocês é do SANTOS DUMONT ! Tem noção, Sexta feira, chovendo, em cima da hora do vôo, Linha Vermelha … além disso meu plantão de 24 horas no sábado. E pra completar: não tem mais vôo hoje, só saindo da Ponte Aérea pra São Paulo, de lá pra Campinas só de ônibus , ou qualquer outra coisa que o valha. Bom, com todos os problemas, especialmente meu plantão no sábado de 24 horas, topamos esta opção. Só que tínhamos que ir ao Balcão da TAM pra fazer a mudança. Quase meia hora depois, segunda a outra moça nosso bilhete tava “voando” no sistema, o pensamento foi rápido: não dá pra voar junto com ele pra Campinas? – surgiu uma nova opção: um vôo as 10 h pra São Paulo do Galeão mesmo, pra quem não tinha mais vôo foi um achado. Topamos na hora, Marilen aciona o Genrro (eita genrrinho boa praça) pra buscar a gente em Guarulhos àquela hora. Mas, espera que espera e nada do vôo, lá pelas 11 a noticia: o avião tá com uma peça quebrada, até dá pra arrumar, mas tem que esperar chegar pro mecânico começar a mexer nela – imagina: sexta feira, chovendo, Rio de Janeiro … o cara quer que a gente acredite que a coisa vai funcionar, tava de brincadeira … Resultado, mais uma noite no Rio. A opção: hotel do Galeão, vôo pela manhã do Santos Dumont pra Congonhas pela manhã… só tinha isso. Eu que ainda tinha que resolver o problema do meu plantão (sorte que minha namorada deu um jeito, e alguém foi me cobrir, mas só durante o dia, ainda tinha que ir à noite) tava morrendo de fome. Hotel muito bom, pelo menos, diária de quinhentos paus, mas só tinha lanchinho, que foi chegar no a 1 e meia da manhã, era a única opção, não podia nem descer pra comer …. povo da TAM, tá bom assim, né?

Dia seguinte, vamos nós pro Santos Dumont, vôo na hora certa, chegaríamos a São Paulo 8:45, e foi isso mesmo que aconteceu, incrível … Mas, a primeira informação que pegamos ao chegar era o horário do ônibus da Caprioli pra Campinas – enfáticos 9 horas. Não dava tampo, mas confiamos no britânico horário brasileiro e saímos correndo feito dois loucos no meio da gringaiada no aeroporto, o local do embarque é longe pra chuchu… Mas tava no nosso fim de semana, a 5 metros vimos, desconsolados, nosso querido ônibus ir embora, sem nossa tão necessária presença. Resultado: táxi até o metrô mais perto, metrô até o Tietê e de lá Cometa até Campinas – chegando em casa na incrível marca do meio dia.

Tudo estaria ótimo, não tivesse eu duas coisinhas: buscar meu carro que havia ficado no Aeroporto de Viracopos, era pra lá que eu tinha que ter voltado, lembra? E dar o plantão da noite. Mas ainda sobrou tempo pra almoça com a minha namorada e ganha um colinho legal……