Iasmim faz parar a UTI para cantar “Skank”

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Iasmim é uma linda criança de 10 anos de idade, procedente do município de Parnaiba (PI), que encontra-se internada no HILP, desde o dia 1º deste mês. Chegou ao hospital com um quadro clínico bastante preocupante, entretanto está evoluindo bem, embora ainda não tenha o seu diagnóstico totalmente "fechado".

Ontem (23) foi o seu aniversário de 10 anos, o que a deixou muito deprimida, pois o que ela queria mesmo era estar em casa com a família e os amigos, comemorando essa data tão importante.

Quando cheguei  ontem à tarde no hospital, recebi um recado da Drª Inês, médica que estava de plantão na UTI, que precisava  da presença de uma das  psicólogas para um atendimento à Iasmim, pois ela estava muito chorosa, e todas as tentativas de consolo da equipe foram inúteis. Logo em seguida, recebemos um grupo de jovens voluntários que compareceram ao hospital para uma tarde lúdica, e distribuição de presentes para as crianças internadas. Uma visita providencial, pensei! Pactuamos que a primeira passagem do grupo seria na UTI, com o intuito de alegrar a Iasmim. Foi difícil definir quem entraria na UTI, pois o grupo era composto de 11 pessoas, e todos queriam participar desse momento. Entretanto devido o  controle de visitantes nesse espaço, entraram quatro jovens,  incluindo o  Andreson que conduzia um violão. O grupo, bastante animado,  entrou tocando e cantando a música ”Ilarié” da Xuxa. Ao chegar no leito da Iasmim, pasmem! Ela, sinalizou que não queria a música Ilariê . Os jovens surpresos,  perguntaram-lhe que música ela queria. Como não podia falar, devido o uso do respiradouro, escreveu numa folha de papel que queria a música “Dois Rios” do Skank. Foi uma surpresa geral, ninguém esperava de uma criança de 10 anos, a preferência por uma música desse gênero. E a surpresa maior ainda estava por vir. Após a música do Skank, a Iasmim pediu a música “Malandragem” da Cássia Eller. E pasmem mais uma vez, mesmo com a dificuldade, ela cantarolou as duas músicas. Vez ou outra, as lágrimas rolavam no seu rosto. Ela chegou a balbuciar que estava se  lembrando dos primos!

Sem dúvida, Foi uma tarde muito emocionante para todos. O grupo ficou tão sensibilizado que após a visita às demais enfermarias, resolveu retornar ao UTI para cantar mais uma música para a Iasmim. Na oportunidade o Andreson  sugeriu que ela fizesse uma relação das músicas que gostaria de ouvir e que fosse enviada para o seu email, pois pretende retornar com o grupo, noutra data para fazer um show para ela.  A emoção tomou conta de todos. Foi uma tarde muito especial, principalmente ao saber através das enfermeiras, que a Iasmim, na administração da sua medicação, quando era comum reclamar e chorar muito,  depois da visita do grupo, colaborou com a equipe, e não chorou mais. Estava mais tranquila e confiante.  Isto confirma as teorias, de que a música possibilita conforto e bem-estar à pessoa, em qualquer situação que se encontre, constituindo-se um potente instrumento como musicoterapia. E o acolhimento é um grande disparador de construção de vínculos e de afetos, e deve ser fomentado sempre na produção de saúde.