LINHA DO TEMPO

0 votos

                              LINHA DO TEMPO:

            

              – Período de atuação em Hospital Psiquiátrico(período hospitalocêntrico): de 1982 à 2003, período marcado pela ausência de humanização. A partir de 2001, apesar da reforma psiquiátrica, a psiquiatria dá os primeiros passos segundo a proposta da reforma psiquiátrica, porém ainda, promovendo ou cronificando a doença, ao invés da promoção da saúde.

                 Demanda: crônicos agudos.

 

              -Período de atuação em Ambulatório de Egresso ou Período Ambulatorial de 2003 à 2010: demanda "egresso" e eletiva. Ainda seguindo o modelo da psiquiatria. Meta: prevenção das crises ou das internações, porém, ainda fazendo psiquiatria e não saúde mental.

               -Período de atuação em CAPS( de 2010 à 2013): Demanda: usuários com transtornos de personalidade e transtornos mentais sob controle, encaminhados ao Centro de atenção psicossocial, tanto pela comunidade, como pelo Hospital, em momento de alta em fase pós alta.

                Tenta chegar perto do tão imprescendível requisito da humanização, porém ainda trazendo na equipe, a herança do período hospitalocêntrico, principalmente diante da demanda portadora de transtorno de personalidade, onde o requisito da humanização, fica ainda mais distante, pelo despreparo da equipe. Teoricamente, a equipe do CAPS do HPR(centro de atenção psicossocial do hospital portugal ramalho), encontra-se aberta ou receptiva à humanização, porém na prática, ainda está muito resistente e distante do verdadeiro sentido da humanização. A equipe apresenta um comportamento pouco humanizado. Minha permanência no serviço: 03 anos.

             -Período de Atuação no PISAM: Iniciando a  partir de  Janeiro de 2014(ambulatório). Atendimento em contexto ambulatorial, diante do desafio de implantar a humanização,como necessidade maior de qualquer serviço que cuida do ser humano, no contexto da saúde mental. Proposta: melhorar "a cara" ou o perfil dos profissionais que fazem ambulatório em saúde mental, principalmente o profissional médico.

 Promover saúde no contexto da psiquiatria, é muito difícil, por se lidar com doenças ou patologias já instaladas; porém mais difícil ainda fica, se o profissional que trabalha com esta demanda, tem como meta, só tratar a doença. O mais importante e essencial, é tratar o indivíduo em sua totalidade ou seja, não reduzi-lo ou restringi-lo a um transtorno ou distúrbio. É pois, nesse sentido,que precisamos deixar de fazer psiquiatria para fazer saúde mental. Portanto, o grande desafio, é deixar de fazer psiquiatria e fazer saúde mental.

 

 

                          ANÁLISE   DISCRITIVA :

       

           No contexto da saúde Mental, identifico em períodos ou etapas distintas de atuação(durante 30 anos), em contextos de atuações diferentes, um despreparo  muito grande nos profissionais da saúde mental quanto ao tratamento humanizado e em especial quando envolve portadores de transtornos de personalidade.

           Refiro-me a profissionais que se misturam ou confundem com usuários "medindo força" e estabelecendo relação discriminatória, algumas vezes, chegando a caracterizar "bulling". Por incrível que pareça, foi no CAPS do HPR, onde esse tipo de atitude ou conduta profissional foi mais evidenciado ou mais gritante,por talvez mais ficar distante ou destoar da proposta ou filosofia de um CAPS.

           Penso, que esses profissionais, deveriam passar por uma qualificação, como condição para interagir com usuários que se encontram numa condição desfavorável ou seja a condição de usuários que lá estão, para serem cuidados ou ajudados no tocante a sua deficiencia e  refletindo em sua totalidade, a desorganização mental ou psíquica existente. Esta qualificação penso, que os levaria a saber, diferenciar sua condição de profissionais, da condição de usuários, em seus contextos de atuação. Certamente esse discernimento,é fundamental para ajudar profissionalmente, a quem precisa se reorganizar psiquicamente.

            O curso de PNH, é pois, uma oportunidade ímpar de se difundir ou dissiminar esta qualificação, considerando a tamanha resistência que existe, por parte dos profissionais que trabalham com a saúde mental. Esta  resistência( resistência a mudança, resistência a descronificação) é real, a começar pelos coordenadores e /ou gestores dos serviços.

 

 

                                          Roseana de Carvalho Sampaio.

                                                 10/01/2014