Rodas do saber
Nesta segunda, a Rede de Saúde Mental de Alegrete, realizou uma Roda do Saber, no CAPS II, com o tema sobre a medicalização da vida: a necessidade de mudar e ampliar o cuidado em saúde.
Estiveram presentes trabalhadores, usuários e familiares dos serviços da rede de saúde do município. Foi um momento importante, onde o debate sobre o lugar da medicação no projeto de saúde, deu lugar a outros questionamentos entre os presentes: a importância do acolhimento, da escuta da vida, da integração entre as ações das redes de saúde e de assistência social, bem como com outras redes sociais presentes no município.
Nossos usuários trouxeram a necessidade de ver a doença e o sofrimento como coisas diversas. Nem todo o sofrimento é doença e, na grande maioria, todas as doenças causam sofrimento. Consideraram sofrimento, muitas vezes, não ter acolhimento no SUS quando precisam e, sim ter que esperar para consultar, marcar exames, entre outras necessidades. Encaminharam solicitação de rediscussão dos fluxos e dos protocolos.
Foi um momento de importância para os diferentes atores nesta rede que estamos tecendo. Discutirmos o SUS em Alegrete e, mais especificamente, a atenção psicossocial. Garantir a fala do outro, seja ele trabalhador, usuário ou familiar, é fundamental para que qualifiquemos nossas práticas e reavaliemos o sistema que temos construído.
Já fazemos Rodas do saber desde 2005, porém como a de hoje, com tamanha presença e encontro, com a grande diversidade de trocas, não tinha vivenciado ainda. È importante qualificar o trabalhador com a construção do conhecimento e a socialização do que aprendemos, porém vale a pena estar construído capacitação, não só com as equipes de trabalhadores, mas fundamentalmente, com os usuários e sua rede social, para então, garantirmos espaços de encaminhamentos sobre a cidade e nossa forma de viver. Nossas Rodas são mensais e apartir de hoje vamos capacitar para além dos técnicos.
Por Ricardo Teixeira
Maravilhosa essa emergência de um “componente anti-capitalístico” (como diria e como diz, Emerson Merhy, no interessantíssimo texto que enviou para o Seminário de Vitória) em meio aos processos de produção de saúde de Alegrete.
A Rede de SM de Alegrete faz uma Roda de Saber para discutir a “medicalização da vida”!!!
Se isso está sendo possível, então, o SUS está dando certo…
Muito legal, Judete!
Aproveito para lhe sugerir que use também as tags: “saúde mental” e “medicalização da vida” (que já existem!). Este seu post merece ser agrupado a publicações com estes temas.
E porque não classifica este post para Alegrete (RS)? Assim, você alimentará um “Blog de Alegrete” na RHS…
Abração,
Ricardo