Sintese do artigo do Serafim Barbosa Santos Filho
Síntese do artigo “Análise do trabalho em saúde nos referenciais da humanização e do trabalho como relação de serviço” do autor Serafim Barbosa Santos Filho, realizada como Atividade de Dispersão pela aluna Adriana Vieira Junges, do Curso de Formação de Apoiadores da Política Nacional de Humanização de Alagoas, em janeiro de 2014.
O autor faz uma reflexão sobre o trabalho como agente de transformação, e sobre o trabalho em saúde partindo dos referenciais da Política Nacional de Humanização/PNH, o objeto de análise em seu artigo são os trabalhadores/equipes, “os trabalhadores como sujeitos no contexto do processo de trabalho e as relações institucionais nele estabelecidos”, seu foco é analisar quais elementos os trabalhadores mobilizam no trabalho e que lhe garante eficiência e utilidade.
O trabalho é apresentado como capaz de produzir transformações na vida dos sujeitos. Cada sujeito em seu ambiente de trabalho atua como um “gestor” de seu próprio fazer, apesar das normas estabelecidas, o ambiente exige permanentes negociações e debates para promover ajustes.
A PNH aparece como um apoio institucional para ajudar a “por o trabalho em análise”, discutidos a partir dos princípios da humanização, agregando assim inovação ao processo, instigando novas composições, outras possibilidades de ser e trabalhar em saúde, buscando alteração de posicionamentos e atitudes diante dos fatos, a função “apoio” põe em ato os princípios e as diretrizes da Política que tem como premissas a compreensão de que o trabalho e o trabalhador realizam-se e transformam-se simultaneamente e que é a mobilização da experiência dos trabalhadores ou a construção do conhecimento prático que define o trabalho. A PNH incorpora a lógica de redes cooperativas como uma de suas metas finais, isto é, fomentar a construção de coletivos e redes de trabalho afetivas, no domínio da cogestão.
O trabalho em saúde é apresentado como um grande desafio gerencial de conciliar aquilo que é preconizado pelo Sistema com as demandas de quem põe o sistema em prática ( os trabalhadores) e de quem o “consome” (os usuários) além das precárias condições de trabalho e de provisão de meios para garantir a produção.A instituição terá que se “desestabilizar” em seu modo tradicional de funcionamento, ampliando os espaços coletivos de discussões, planejamentos e análises, com revisões coletivas da incorporação de instrumentos/protocolos, promovendo a autonomia e a qualificação.
Em relação ao foco de sua análise de quais elementos os trabalhadores mobilizam no trabalho e que lhe garante eficiência e utilidade, Serafim cita Zarifian que associa a motivação a sentidos relacionados ao “sentimento de utilidade” no que se realiza, valores éticos profissionais e projetos pessoais, como valores éticos aparecem “ajuda mútua”, “respeito”, “justiça”. Muitas instituições buscam na motivação do indivíduo uma forma de neutralizar ou amenizar os problemas, não há motivação por imposição da instituição, um possível caminho passa pela cooperação na atividade profissional, depende das relações e das comunicações estabelecidas, através destas é possível compreender e respeitar as diferentes especificidades/rotinas de trabalho bem como algumas atitudes antes desconhecidas ou incompreendidas entre os pares.
Na conclusão do artigo o autor aponta a PNH como uma boa opção para mudar a atual situação do trabalho em saúde por reafirmar as diretrizes do SUS e propor intervenções diretamente com os sujeitos que constroem o sistema na prática, no entanto reconhece que o caminho sugerido sofre limitações para sua implementação por falta de análise dos resultados alcançados com sua implementação.