Síntese do texto de Serafim Barbosa. Por Teóphilo de Barros Goes 01/02/2014
Instigante o conteúdo do texto de Serafim Barbosa. Tendo como base as referenciais do Programa Nacional de Humanização (PNH), o autor apresenta eixos metodológicos de análise de trabalho em saúde, tendo como alvo os trabalhadores como sujeitos no contexto do processo de trabalho e as relações estabelecidas no processo produtivo. O sujeito/trabalhador não deve ser mais uma peça que move a estrutura (quem se lembra do filme "Tempos Modernos" de Charles Chaplin?) numa concepção verticalizada de gestão, onde se valoriza, sobretudo, a produção quantitativa ao final do mês. Numa gestão participativa, ele poderá indagar a si mesmo: qual o sentido de meu trabalho em minha vida? O texto fala do apoio institucional da PNH como estratégia de mobilização na organização de coletivos, de intervenção para ajudar as equipes a por o trabalho em análise. O que vemos em nosso dia a dia é uma contradição: de um lado um SUS emanando princípios democráticos e com diretrizes para modelos participativos de gestão e organização da atenção, e de outro, uma prática onde há real dificuldade do sujeito/trabalhador exercer uma postura mais ativa. Foi necessário criar no SUS uma política que reafirmasse suas diretrizes, a PNH. E o esforço que se faz é o de se transformar um coletivo, onde haja participação de gestores, trabalhadores, usuários. Que os sujeitos implicados no âmbito da saúde possam avaliar criticamente suas atuações, não sendo mais "peças obedientes que seguem a engrenagem", mas parte de um todo, de um social. Um ser que, segundo Serafim, "possa 'ver', sistemática e criticamente (não somente 'fazer') as mudanças ocorridas, considerando repercussões em suas próprias atitudes (individuais e coletivas) e a repercussão para os usuários, trabalhadores, gestores e instituição".