Como conto o que vi e senti na IV Mostra
Por Isadora Santana Fernandes
Acadêmica de Enfermagem do CEULP/ULBRA. Voluntária do (En)Cena
Foto: Paulo André Borges
A troca de experiências, sendo elas boas ou ruins, serve para que aprendamos com a vivência do outro absorvendo o que de melhor aquela situação tem a oferecer.
A Mostra de Experiências em Atenção Básica visa permitir que os trabalhadores compartilhem ideias bem-sucedidas acerca do seu dia-a-dia na assistência, como estratégias implantadas que “deram certo”, temas nos quais identificaram a necessidade de ser melhor trabalhado para esclarecer e atualizar os demais profissionais, e também as ideias que por algum motivo não obtiveram os resultados esperados, procurando por meio delas, mostrar os motivos do insucesso e propondo possíveis soluções.
O principal objetivo da atenção básica é a prevenção e a promoção de saúde por meio de medidas estratégicas criadas em conjunto com a equipe, que é composta por um conjunto multiprofissional, são eles: enfermeiros, psicólogos, médicos, técnicos de enfermagem, agentes de saúde, assistentes sociais, dentistas, farmacêuticos, fisioterapeutas..
Foto: Paulo André Borges
O evento tem como foco principal promover a interação entre esses profissionais de forma que eles possam melhorar a assistência ao usuário tomando como base o relato dos colegas.
Visto que a atenção básica é a base da assistência por se tratar de atenção primária, ela se torna crucial na prevenção das doenças e controle dos agravos. O evento é uma grande oportunidade que os profissionais têm de se expressarem; recebe pessoas de todo o Brasil. São mais de quatro mil inscritos das mais variadas profissões que compõem a equipe de atenção básica. Os relatos partem da seguinte pergunta: “Como você conta o que você faz?”, e a partir dela, eles criam maneiras originais para compartilharem suas ações.
Isadora Fernandes na IV Mostra. Foto: Paulo André Borges
Creio que o fato de, como “acadêmica” do curso de Enfermagem, ter a possibilidade de observar as experiências daqueles que já estão no mercado de trabalho há algum tempo, me fará compreender melhor que o “principal personagem” do serviço de saúde é o usuário, pois quando nós procuramos conhecimento e maneiras para melhorar nossa assistência de alguma forma, seja por relatos (que é a proposta da mostra) ou por cursos de aperfeiçoamento, o nosso objetivo sempre é oferecer ao cliente o melhor atendimento possível.
Nos corredores pude observar uma grande empolgação e curiosidade por parte dos visitantes em relação aos trabalhos que serão apresentados. Isso mostra o verdadeiro significado da troca de experiências, o que promove a intersecção entre o ato de ensinar e de aprender, resultando em uma vivência muito mais abrangente e aprofundada.
Leia o trabalho completo no Portal (En)Cena – A Saúde Mental em Movimento.
Por deboraligieri
Isadora.
Sua percepção está apuradíssima! Durante as conversas que tive nesta IV Mostra reparei que muitos trabalhadores do SUS falavam de iniciativas direcionadas aos próprios funcionários do sistema, mas que, embora não fossem as ideias colocadas em prática diretamente para melhorar o atendimento dos usuários, essa era justamente a consequência delas. Fiquei particularmente encantada com e-SUS que, visando facilitar a inserção de dados no sistema eletrônico do MS e propiciar maior agilidade no trabalho dos funcionários, vai acabar proporcionando uma forma de evitar o desabastecimento de medicamentos para os usuários e ainda identificar mal uso da distribuição. Tão lindo o e-SUS (porque eu, como usuária e ativista social, convivo todos os meses com problemas relacionados à falta de medicamentos para mim ou para outras pessoas, e ver que existe uma solução para este problema, que até então me parecia "longe dos olhos" dos gestores do SUS) que vou dedicar uma postagem exclusiva para ele.
Abraços, e obrigada por ser também uma trabalhadora que pensa na saúde e cidadania dos brasileiros,
Débora