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Foi realizada na sexta (14), na IV Mostra Nacional de experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, pela manhã, a Curadoria em rede: o processo de construção da IV Mostra, no CiberespaSUS.
O debate contou com a presença de vários curadores da Mostra, entre eles: a coordenadora geral do processo de curadoria (DAB/MS), Adriana Almeida; a organizadora da IV Mostra, Margareth Gomes; o coordenador da Rede HumanizaSUS, Ricardo Teixeira; o psicólogo, curador da IV Mostra, Alexandre Barreto; a coordenadora de curadoria, Débora Teixeira. O encontro foi moderado pela apoiadora da PNH, Sabrina Ferigato.
“A maior mediação está em avaliar um relato e melhorar a experiência. Há um melhoramento das práticas que se insinuam muito nesses espaços,” pontuou Ferigato.
O evento é inovador e traz uma proposta que valoriza o trabalhador, isso porque, a escolha das experiências apresentadas na mostra se deu pelo crivo de quem conhece e tem olhar singular sobre a Atenção Básica: o trabalhador!
Ricardo Teixeira trouxe para a discussão, um olhar sobre a importância de se construir uma saúde pública feita por todos. Para ele, a atuação direta nos processos de melhoria do SUS se faz junto. “Existe aqui uma autoridade, a Mostra põe em questão a construção do arranjo que vem sendo feito na atenção básica: de uma plataforma aberta. Toda Mostra cria uma esfera pública,” pontuou.
Teixeira falou ainda que quem faz o SUS não são os números, mas sim, as pessoas. Para ele, o usuário tem se apropriado cada vez mais. Ainda sim Mas é importante ressaltar que o importante não é o quantitativo, mas sim o qualitativo. O usuário deve ser corresponsável nas práticas do SUS e não somente um consumidor da saúde pública,” acrescentou.
O espaço foi aberto para o debate, e houve muitos momentos de emoção da parte dos curadores, que de certa forma, tornaram-se “parte” das experiências, ora por terem tido contato intenso com os trabalhos, ou por trazerem na bagagem experiências que se identificam.
"A mostra se desloca do modo tradicional. Aqui os grandes conhecedores da Atenção Básica são os trabalhadores!", pontuou a apoiadora da PNH, Sabrina Ferigato.
O CiberespaSUS foi além da proposta pois não se ateve a discussão sobre tecnologias e ou melhorias voltadas apenas para a comunicação. Discutiu-se muito mais que isso! Foi um espaço rico, sobretudo porque valorizou as questões humanas. "A participação popular é a grande força que potencializa o SUS”, finalizou Alexandre Barreto.
Por deboraligieri
Sheila.
Obrigada por relatar com precisão os pontos cruciais desse lindo debate que presenciamos no sábado. O Ricardo pontuou a questão muito bem. Acrescento que, além de nos portarmos de forma diversa de consumidores da saúde pública, nós, que usufruímos o SUS, temos também que ter em mente que a melhoria do sistema depende de nossos atos, que não podem se restringir a reclamar do SUS. Brigo muito com portadores de diabetes nas redes sociais dizendo que quem apenas reclama, exerce sua histeria, e quem reclama e sugere soluções e busca junto ao Poder Público formas de fazer valer seus direitos, exerce cidadania. É meio duro isso (e recebo respostas tão duras quanto esse meu comentário), mas acho que enquanto não assumirmos um posicionamento mais ativo (e menos passivo), continuaremos sem a saúde e o SUS de que precisamos. Temos que comunicar nossa necessidades, e lutar para que seja atendidas. Por isso adotei como lema da página do facebook Diabetes e Democracia que lutar por um SUS melhor é dever de todos, inclusive dos usuários: para que não sejamos meros consumidores de saúde pública.
AbraSUS
Débora