Testemunho

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TESTEMUNHO

Meu nome é Manoel Francisco dos Sant os Neto, mas gosto de ser chamado Manoel Netto, 31 anos, Casado, pai de Emanuelle Beatriz(8 anos), fruto de um relacionamento na minha mocidade e Leonam Lucas(3anos)filho meu com Nayara Nagle a qual somos casados a quatro anos no Civil e Religioso, onde o Pr.Kleiber Bandeira foi o celebrante de nossa união em Cristo Jesus, Bacharel em Teologia, trabalho no município a mais de dez anos, mas tudo começou em 2009, primeiro ano do mandato de Micarla de Sousa como Prefeita de Natal, onde eu era um simples atendente do atendimento da Secretaria Municipal de Tributação-SEMUT, mas por intervenção primeiramente de Deus e de uma chefe e amiga do setor pessoal, fui indicado a chefe do balcão de IPTU, onde me destaquei logo no primeiro ano por fazer um brilhante ano em um parcelamento onde no último dia da promoção atendemos em torno de quatro mil pessoas, terminando o expediente as 23:15h.
Quanto na igreja o mesmo Pr. Kleiber me deixava como Secretario da Igreja Polo de Redinha e logo passei a ser professor do discipulado, deixando as crianças onde eu ensinava a mais de um ano. Quando o Pr. Armando Ferreira de Lima chegou à Redinha me elevou a Aux. de Trabalho, primeira função eclesiástica no Ministério. Com um ano como auxiliar Deus me apresentou o Pr. Albino de Araújo onde sempre o atendia no meu trabalho, e o mesmo convidou-me pra lhe ajudar na congregação da grande Natal, uma Congregação pequena da Assembleia de Deus próximo à Nova Natal, mas não dei devida ênfase, mas no ano seguinte novamente o mesmo me convidou para Guarapes, onde ele passou a coordenador do setor 26, e logo me colocou como professor de discipulado, e assim passei a ser um dos seus braços direito, mais a diante ele me colocou como seu segundo Co-Pr.  Terceira pessoa depois do Pr. Em sua ausência. Segui me destacando e passei a apresentar pelo segundo ano um programa na Radio Nordeste Evangélica, onde me tornei um dos âncoras, levando assim os eventos da Assembleia de Guarapes.
Enquanto isso, no trabalho fui me destacando e passei a ser um dos encarregados do Natal em Ação, onde a cada quinze dias estávamos levando as ações da prefeitura nas comunidades. Com isso passei a levar muitos tapinhas nas costas, todos que chegavam à SEMUT conheciam o temido chefe Manoel Netto, temido sim, pois eu era muito rígido, cheguei ate a mandar uma estagiaria de volta pra casa, porque estava com uma camiseta impropria, eu estava com tanto êxito na Igreja quanto no profissional que isso me foi subindo a cabeça. Não sei se o Amado Leitor percebeu: mas eu usava muito a expressão: EU SOU, mas só um pode usar esta expressão, Deus. E os convites para lugares impróprios a um Cristão também, quando foi por volta do inicio do ano de 2010, O até então Diácono Gleybson que era o Co-Pr. de Albino foi Consagrado Presbítero, e no ano seguinte passou a exercer Ação Pastoral sobre a Congregação Liberdade na Brasília Teimosa e me levou junto com ele e passei a ser o Diretor da Escola Bíblica Dominical e um de seus Co-Pastores.  Com poucos anos na Assembleia de Deus, eu já exercia dois anos como Co-Pastor de Igreja. Como os amados já perceberam, EU gostava muito de status, gostava muito de dizer EU SOU!  EU SOU PROFESSOR DE CRIANÇAS, SOU LÍDER DE GRUPO DE EVANGELISMO, SOU PROFESSOR DE EBD, SOU BACHAREL, SOU SECRETARIO DE UMA IGREJA POLO, SOU AUXILIAR DE TRABALHO NA ASSEMBLEIA DE DEUS (que não é um grande cargo), mas na minha soberba, tornava-se imensa. SOU CO- PASTOR, SOU DIRETOR, SOU APRESENTADOR, SOU CHEFE, só não era salvo, mas usar EU com MAIÚSCULO sabia como ninguém, TENHO CARRO, MULHER, FILHO, LANCHONETE, DINHEIRO E ETC… e DEUS só observando!  Assim como crescia meu EU, crescia também o meu inimigo, o mesmo fazia chegar até mim os bajuladores, falsos amigos, como já citei tapinhas nas costas, convites para uísques todas às sextas.
Até que em uma tarde de jogos Olímpicos no Brasil, estava eu no Centro da Cidade, mas especificamente vizinho ao meu trabalho no Bar do Pedrinho, tomando cerveja! foi anoitecendo e o dono do Bar, grande Amigo, Nélio, queria fechar o bar e eu estava junto com um senhor de idade e o mesmo me chamou pra irmos ao Beco da Lama, era só atravessar a Ulisses Caldas e assim, fazendo chegamos a um bar que fica entre as ruas de comércio do centro. Lá pedimos cervejas e churrascos, em uma de minhas idas ao balcão, foi onde eu mergulhei de vez na lama. Vi um viciado passando algo da mão dele para a mão de outro, voltei para mesa e fiquei com aquela imagem na mente e fui até um deles e perguntei, onde comprava aquilo e o mesmo ficou estático, achando que eu era um policial, mas não hesitou em me dizer: Praça Padre Joao Maria. Dei dinheiro ao mesmo para ir comprar, me despedi do senhor que estava comigo assim como da cerveja que estava tomando com churrasco (que já era um tremendo pecado) e no próprio Beco da Lama, mergulhei em uma LAMA chamada vício do CRACK. Consumi por volta das 21h00min até tarde da noite, em frente à Câmara dos Vereadores, dentro do meu carro, onde passaria ser meu novo point.  
Depois mesmo sem sentir o que estava fazendo fui pegar minha inocente esposa que estava fazendo o cabelo na casa de uma irmã e amiga dela em Cristo Jesus próximo da congregação de Liberdade, onde posteriormente iriam perceber meu iminente emagrecimento. No dia seguinte, 11 de agosto de 2012, estava eu saindo de casa pela manhã com exatamente 105 quilos que era meu peso da época, indo a procura do viciado que ficava perambulando próximo a igreja do Galo, lá o encontrei e começava mais uma vez a contaminação do meu sangue, depois passei dias, sem o procurar, mas comecei a pesquisar na Internet os sintomas que causavam esta droga demoníaca, mas como escrevi, demoníaca foi o interesse r curiosidade que passei a ter sobre este. Na época quando me dava vontade procurava o mesmo rapaz e até o palito de fósforo o mesmo riscava pra mim e ele também era quem ia comprar pra mim, pois eu possuía muito dinheiro, mas não sabia onde vendia. Quando eu dava o que chamamos de pancão, tiro, pancada, um dos termos usado no meio dos noiados, ele me perguntava se eu sentia alguma coisa, e eu dizia que não.
Posteriormente começou a ser mais intensivo o uso e um certo dia trouxe para casa o cachimbo, marica, bobs, o nome varia dependendo do carinho que você quer chamar a peça a que é usado pra fumar a droga. Eu tinha um vizinho viciado e na primeira vez inventei uma mentira dizendo que era para fazer um trabalho, depois comecei a dar dinheiro mesmo e mandar ele ir comprar crack, você deve esta se fazendo a mesma pergunta que vários me fizeram: você usava algo antes: NAO! Eu não usava nada, além disso, comecei direto no Crack. Depois minha esposa descobriu e o dinheiro foi ficando escarço, e a primeira coisa que o diabo me tirou foi os perfumes, dava a meu vizinho pra ele trocar ou vender, dava a ele um perfume de 63 reais, ele me aparecia com uma pedra, depois dei fim ao relógio. Três coisas que um viciado começa a fazer: mentir, perder a noção do tempo (horas e dia), e futuramente, roubar, ai começou uma rápida queda ao fundo do poço. Perdi emprego, (Chefia no Município=1.200R$), comecei a andar por lugares que jamais andaria, amanheci o dia na beira da linha do trem, na favela pedra do Rosário, onde o som do carro já havia sido arrancado, pois durante a madrugada, arranquei o som de 300 reais, e troquei por 8 britas, valor de 40 reais, estava eu que noutro tempo sentava-se nos púlpitos de Igreja ou de frente a Prefeita, agora, na beira da maré do Rio Potengi. Na pedra do Rosário mesmo tirei o step do carro, depois dei o tênis e assim por diante, terminando o dia na Rua do Motor.
Resumindo: tudo isso minha mãe nem desconfiava, mas um certo dia o mesmo vizinho contou a ela, dia 22/11/2012, foi um dos piores dia de minha vida, mas no momento não sentir emoção nenhuma. Pois o crack tira seus sentimentos, fome e sono.  Dai por diante a história espalhou-se em Redinha e foram muitas as vezes que mãe ia me buscar nas bocas de fumo, com tentativas sem sucesso de me fazer ir pra casa. Pousadas, favela do maruim, nas rocas e muitos outros, até que no primeiro dia do carnaval de 2013, foi estourada uma boca de fumo na Rua do Cruzeiro e eu estava dentro, foram momentos de tortura e marteladas na mão. Não fui levado na viatura, mas sofri na presença de tiros e outras coisas. Era um entre muitos dos livramentos de Deus. Mas eu não dava atenção, no mesmo dia fui até minha casa, tomei um banho, acalmei minha mãe que estava aflita, fiquei paralisado dentro da rede, passando todo o filme daquela tarde, mas logo em seguida voltei para a mesma casa e me internei lá por dois dias seguidos, usado o que os policiais não haviam achado, pois a garota que era cúmplice do dono da droga, me achou um (homem)linguajar usado no meio do mundo das drogas, por não ter aberto a boca. Nisso eu já havia começado pequeno furtos dentro de casa, Minha mãe já havia confiscado a chave do carro e meus cartões de crédito, meus documentos também não ficavam comigo, pois eu empenhava até a identidade por 5R$(cinco reais).
Comecei a dar fim as minhas roupas, pois celular que era bom, já havia dado fim a vários, bicicleta e etc. Até um IPHONE que é caríssimo, empenhei por 50 reais. Depois de ter dado fim a vários dos meus pertences, comecei a pedir dinheiro nas portas dos outros e até mesmo a meus irmãos de Igreja. Quando eu vinha em uma rua, as pessoas entravam, escondiam-se dentro de casa, para não serem extorquidas. Passou a ser frequente meus dias em baixo da ponte nova e ser baculejado pela polícia. Resumindo: por último eu era assistente de flanelinha e depois peguei um ponto em frente a uma seresta que acontece no Bar do Gavião-Redinha Velha. Mesma rua da minha casa, onde minha mãe já não saia, mas nem na calçada. Pois morria de vergonha era início de uma depressão. No Crack não é só viciado que sofre, mas a família também. Sofriam não só com sentimentos, mas com furtos que eu fazia em casa, pulei o muro de casa levando varias coisas. DVD, celulares, panela com comidas, dinheiro e etc. Terminando meus dias como carregador de vísceras de peixe, no mercado da Redinha. Colocava o lixo do mercado fora para ganhar 2 reais, andando sujo e descaço, pois vendia todas as sandálias e sapatos que tanto minha esposa ou mãe me davam. Mas Deus não me esqueceu, apesar de várias vezes eu o indagar: por que ele permitia eu passar por isso, mas devemos perguntar pra que? Costumo dizer: nem Deus pode te livrar do vicio do crack!!! Parece pesado esta expressão, não? Mas realmente ele só te livra de qualquer droga, ou seja, qual for o pecado, se você der o primeiro passo, pois ele diz em sua palavra: Vinde!  Ele te faz um convite… As maiorias das pessoas beneficiadas pelos milagres por ele feito tiveram que dar o primeiro passo. A virada começou quando eu ainda dormindo de ressaca, fui acordado por minha mãe dizendo que era uma ligação telefônica, era minha esposa dizendo que: haviam aberto umas inscrições para alguns cursos, entre eles o de TEC. em Radiologia. Ela querendo saber se eu queria fazer, eu disse: E, me cadastrei! Sem vontade, mas já era o agir de Deus, Cansado de me humilhar e ser humilhado e sem perspectiva de vida, coloquei em meu coração, não quero mais!!!!, Aceitei JESUS EM MEU CORAÇÃO e fui para a Igreja, não fui até a frente como é de costume, pois já havia feito isso outras vezes, mas sempre em meio as recaídas, sofri com opiniões das pessoas que diziam que estava brincando com Deus, desta vez fiz diferente, comecei a ir devagar, participando de Campanhas de Oração. Muitos não sabem que o crack é um câncer. O câncer do século XXI. E algo sanguíneo, difícil de largar, mas para Deus não há nada impossível. 
 
Não uso, mas a palavra EU, sim eu. Nem como maioral e sim como servo.
Coloco-me como servo e a disposição para passar este testemunho em qualquer lugar até os confins da terra.