O Renascimento do Parto
Por Isadora Santana Fernandes
Acadêmica de Enfermagem do CEULP/ULBRA. Voluntária do (En)Cena
Um relato emocionante de profissionais e mães sobre quão importante e prazeroso o parto normal pode se tornar. O documentário procura quebrar os mitos criados em relação ao parto natural deixando claro que ele deve caminhar junto com a humanização desde o pré-natal até o nascimento do bebê.
O parto é uma situação fisiológica na qual a mulher é preparada fisicamente durante a gestação, porém existem casos em que se torna patológico que são as gestações que por algum motivo evoluem de forma desfavorável e leva a uma complicação. Por causa de algumas dessas complicações, alguns partos devem ser cesarianos, mas é a minoria dos casos em que esse procedimento é indicado.
O filme coloca em questão a medicalização do parto. No Brasil, 56 % dos partos são cesarianos. Isso é um número que assusta por causa das condições de risco em que mãe e bebê são expostos desnecessariamente. Em um mundo consumista é uma forma mais confortável, pois é só marcar dia, hora e local e pronto!
O sistema de saúde particular costuma induzir as mulheres ao parto cesariano, porque além de durar menos tempo é o que mais rende financeiramente. Por conta disso, criam vários mitos para amedrontar as mulheres, que são citados no filme, como: circular de cordão, idade e tipo físico da mãe, dilatação, entre outras situações que poderiam ser indicação de parto normal. Nas universidades é ensinado que o trabalho de parto tem um tempo de duração e na verdade existe um tempo estimado, mas não significa que todas obrigatoriamente seguirão a mesma regra. Precisamos ser HUMANOS para entender o tempo de cada uma e as peculiaridades que trazem com elas.Hoje temos as doulas, que são mulheres treinadas com o intuito de minimizar as dores e a insegurança dessas mães, elas acompanham todo o trabalho de parto aplicando seus métodos de alívio da dor.
O medo do parto surge do temor a dor e às histórias mal – sucedidas. Tem-se criado várias alternativas para reduzir as dores durante as contrações, como: massagens, exercícios, posições confortáveis etc. O que as mulheres precisam é de informação, pois as vezes se apegam às “palavras do médico” e é claro, nenhuma mãe quer por a vida do seu filho em risco e acaba cedendo. Devemos mostrar quais são os verdadeiros riscos, mas também os benefícios para que ela tenha o direito de escolher.
A humanização do parto tem por objetivo principal dar protagonismo à mulher nesse momento. Permitir que a posição seja escolha dela, bem como o local, o tipo de parto (dentro das possibilidades), acompanhante. Por esse motivo, vem crescendo o número de partos domiciliares, pois é uma forma de amenizar a ansiedade da mãe e melhorar a adaptação do bebê. Esse tipo de parto utiliza-se do contato pele a pele entre mãe e filho, que é uma maneira de fortalecer o vínculo e diminuindo os traumas relacionados a mudança brusca de ambiente.
momento certo, quando ele estiver maduro e pronto, a natureza vai se encarregar disso. Se a gente parar para pensar, um feto dentro do útero da mãe recebe calor, os nutrientes que ele precisa, oxigênio, entre outras coisas sem precisar de nenhum esforço. De repente se vê em um lugar no qual ele deve fazer tudo aquilo sozinho, muitas vezes é afastado da mãe logo que nasce. Portanto devemos esperar o tempo dele, pois se é difícil a adaptação de uma criança a termo, devemos parar para analisar o quanto difícil é para um bebê que foi “tirado” antes do seu amadurecimento. Os profissionais de saúde devem focar que o melhor começo de vida para a criança é estar com sua mãe o maior tempo possível.
O RENASCIMENTO DO PARTO
Gênero: Documentário
Direção: Eduardo Chauvet
Duração: 90min
Origem: Brasil
Ano: 2013
Texto originalmente publicado no portal (En)Cena – A Saúde Mental em Movimento