Lâminas, de Ray Lima, é lançado no Espaço Cultural da ADUFC, em Fortaleza-Ce.
Johnson Soares, Jadiel Lima e Jair Soares do grupo Pintou Melodia na Poesia, no espetáculo cenopoético de lançamento do livro Lâminas, de Ray Lima, no Espaço Cultural da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará- ADUFC, em Fortaleza-CE, 09 de outubro de 2009.
8 Comentários
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Por raylimalima
Primeiro, uma palavra que quer estar à margem do suporte, à margem da página e faz da página uma margem, uma outra coisa que quer ser tátil, têxtil, tosca. Uma palavra caindo de bêbada fora da página, mas… Ainda na página. Em nome da margem, uma concessão à instituição página, uma ajoealhadinha na catedral das letras: palavra carregada de tinta em favor dos que tentam às margens.
E aí, então, o encontro com o coração da poesia, com o ray(o) da poesia. Poesia como metapoesia. Os cortes do Ray(o). Seus planos de consistência para a palavra, palavra de novo reencontrada com a força do franco falar, palavras escritas em “lâminas de esmeralda” (como Hermes Trimegistos), inscritas num plano que corta o caos. Uma lâmina para fazer as palavras vibrarem nos encontros de seus sentidos. Esse plano tem uma existência, uma duração, ele dura certo tempo, sustenta-se e Parte como veio, como se tudo se reintegrasse ao caos de onde veio, reabsorvido à eternidade de onde foi capturado por um corte, um simples corte, uma lâmina do caos.
Ricardo R. Teixeira
Médico sanitarista, doutor em Medicina Preventiva (FMUSP) e especialista em Comunicação (ECA/USP). Consultor matricial na área de Redes e de Inteligência Coletiva.Coordenador do projeto Rede HumanizaSUS.
São Paulo, 27 de setembro de 2009.
Por raylimalima
O cenopoeta, multiartista e ativista cultural Ray Lima continua sua andança em prol da arte e da educação, unidas pela cenopoesia. Agora é a vez do livro Lâminas, seu novo projeto, que busca reflitir sobre a condição do ser e das relações humanas contemporâneas. Para saber mais sobre a obra literária, e sobre o espetáculo que a acompanha, fale com o Ray (85-3341-0465 – [email protected])
https://blogdogaleno.blog.uol.com.br/
Por Luciane Régio
Oi Ray! Agora vejo que talvez as "minhas lâminas" sejam o corpo-suicidado das palavras que não se aguentam mais! Que se atiram do pensamento uma a uma “no corpo-de-papel”, como se também lâminas fossem, laminam-no. Lendo o que ninguém escreveu eu aprendo a interler, a ler o não escrito. E ao escrever as lâminas vem, cortam meus textos, extirpam de si o que ninguém quis escrever, as palavras-suicidas em lâminas revelam os sentidos não lidos. Arrepia-me. E… “o Novo advém dessa atitude. Gerado em sonhos, tratado a utopias, haverá de chamar-se poema sua forma, sua essência poesia”. Laminou-me o pensamento, quando em outro post eu escrevia, vi tua imagem e laminei o teclado cortando-o em “eco” que “quero levantar no meio da roda e puxar versos teus”!! “… e o mercado quanto mais nervoso tanto mais os pobres nadam em marés de alegria… domam suas fantásticas utopias com chicotadas de embriaguez, sem pão nem poesia”! Talvez cortem o ar as lâminas do palavreado de arrepios. Lâminas continuam laminando meus pensamentos, meus sentidos… As palavras me laminam com escritos, nos ditos e não ditos, interditos (!-polissêmias); embalam-me nas músicas, cortam-me em lâminas, recortam. Lâminas aqui ao lado do meu tecla-do-piano-ciber-’n-ético autografada com a "ponta da língua da alma"? Teu escrito foi este! Lâminas, palavras, língua(s), idiomas, corpos, sentidos, relações. Suicidam-se as homicidas, para viver senão no corpo-virtual, sua alma? Minha última ação no Seminário Nacional, trazer Lâminas para casa: “tinha dentro um quê”. Viu só, "libertos em polissemias para lermos até o infinito". Querido, isso é o que teu livro tem me possibilitado. Obrigada!
Abraços,
Luciane/RS
Apoiadora Institucional da PNH
Por raylimalima
Querida, outro dia o Dênis, um jovem conterrâneo seu que hoje pós-gradua em João Pessoa-PB, me dizia algo assim, que estava tocado, laminado a partir de suas leituras do Lâminas. Fiquei muito feliz. Agora você e o Ricardo Teixeira assumindo a autoria do laminar me fazem também daqui, do meu pé de serra de Maranguape-Ce, arrepiar. Certa vez, Drummond disse estar realizado por ter recebido uma carta de uma leitora do Piauí confessando que sua poesia havia-lhe mexido muito, profundamente. Longe de me achar ou querer ser este mestre da literatura brasileira me sinto encorajado a escrever mais, buscando me melhorar e dar sentido ao nosso estar no mundo através da arte. "Haveremos de ser com arte antes mesmo de ser pela arte". Obrigado pela generosidade e incentivo, pois ainda "é duro ser poeta em um país sem raiz/ é duro ver poesia num gigante sem nariz/é ainda triste ser alegre no Brasil."
um cheiro,
Ray Lima
Por Luciane Régio
Querido Ray, a liberdade me inspira. Destaco algumas palavras tuas e comento. "Longe de me achar ou querer ser este mestre da literatura brasileira me sinto encorajado a escrever mais" – aqui, digo: por favor, escreva! "buscando me melhorar e dar sentido ao nosso estar no mundo através da arte" – a humildade é um traço que eu admiro!! Ainda quer mais? Termino dizendo que talvez ser artista pode ser difícil em qualquer país! Nosso mundo "pisa no acelerador todos os dias" e nem sempre somos capazes de ver nossas riquezas ao menos pelo retrovisor: "[…] nos deram espelhos e vimos um mundo doente" – (L.Urbana).
E… nem pense em se especializar demais, hein?
Abraços,
Luciane
Por raylimalima
O Lâminas foi um belo o presente que me entregaste em mãos, cheio de vida e intensidade
Após ler todos estes comentários tecidos em relação a sua obra, não tenho palavras para acrescentar,a obra nos comtempla, foi um prazer ter te conhecido pessoalmente, um abraço e sucesso.
Por raylimalima
ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
ESPAÇO CULTURAL*
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Ray Lima lança Lâminas nesta sexta-feira, no Espaço CulturalLâminas é livro? Espetáculo? Metapoesia? Essas e outras perguntas podem ser feitas diante da leitura do novo livro do cenopoeta, educador, ator, encenador e escritor Ray Lima. Ray expõe a sua angústia de poeta sobre o tipo de relação que temos com o mundo e conosco. A publicação ganha uma importante contribuição do fotógrafo Henrique José, que cria a imagem poética fundida e potencializada com a imagem visual, que chama de linguagem cenopoética. A festa literária de lançamento do livro, com Ray Lima, Johnson Soares, Jadiel Lima e Junio Santos, será nesta sexta-feira, dia 09, no Espaço Cultural da ADUFC, a partir das 19h. Ray Lima define sua poesia como o resultado “de vivências humanas, individuais e coletivas, solidária e permanentemente antenada com os processos históricos e sociais das pessoas”. Reflete temas urbanos bastante atuais. Em algumas de suas obras, ele busca revelar a alma do ser nordestino, os conflitos do homem urbano e rural. Os poemas “cantigados” de Ray Lima visam fortalecer e atualizar a tradição oral nordestina. O cantador, o vaqueiro, as rezadeiras são inspirações que dão corpo e alma a sua poesia, recebendo um tratamento sonoro-poético muito especial, o que Ray chama de cenopoesia.A Cenopoesia surgiu nos anos 80, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma espécie de linguagem híbrida que mistura teatro e poesia, trazendo leveza e lirismo ao espetáculo, mesmo quando trata de temas “salgados” do nosso cotidiano. Ray Lima afirma que foi o primeiro a usar esse termo para traduzir suas intervenções poéticas em diferentes espaços, produzindo intervenções e espetáculos cenopoéticos no Brasil e países da América Latina, como México, Argentina, Venezuela, Uruguai e Chile. Lâminas ganha a importante contribuição de Henrique José, fotógrafo, mestre em antropologia visual e coordenador da ONG ZooN Fotografia. (Natal-RN). A imagem poética fundida e potencializada com a imagem visual, síntese da síntese, a que os autores chamam linguagem cenopoética. A ambientação gráfica é a criação de um ambiente construído a partir da reciclagem de papel, provavelmente experimentado pela primeira vez, com objetos diversos introduzidos na massa de celulose. Radicado no Ceará há 15 anos, Ray Lima nasceu em Mataraca – PB. Formou-se em Língua e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ. Estudou teatro na Escola Martins Penna –RJ. Sua obra passa por diferentes estilos de linguagem, como poesia, teatro, vídeo e educação. Recentemente especializou-se em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela UNICAMP-SP e atua, no momento, como assessor artístico-pedagógico das Cirandas da Vida, ação estratégica de educação permanente do Sistema Municipal de Saúde Escola de Fortaleza.
Serviço: Festa literária e cenopoética de lançamento do livro Lâminas, de Ray Lima, com Johnson Soares, Jadiel Lima, Junio Santos e Ray Lima.
Dia 09.10.2009
Espaço Cultural da ADUFC Av. da Universidade, 2346
*Fonte: Site da ADUFC.
Contatos: [email protected]
Tel.: 85 – 33410465
wwwcenopoesiadobrasil.blogspot.com