Dispositivo: Imagens do SUS.

12 votos

final_roda_de_conversa.jpg

Durante a roda de conversa hoje na abertura da Semana Nacional de Humanização no Médio Vale do Itajaí abordamos a história que pode ser apreendida num instante fotográfico.

roda_de_conversa.jpg

Cada um a seu modo falou dos múltiplos sentidos da fotografia na vida, seja nos instantes privados, no trabalho, nas festividades e no cotidiano.

Uns falaram dos sentimentos expressos pelos que são fotografados, outros sobre o olhar de quem registra a imagem. Mais um falou do dentro e fora que a fotografia revela dos humanos. Também do quanto se consegue registrar o que não se é capaz de dizer.

O que e quanto fala uma imagem no mundo contemporâneo?
Com certeza concordamos que as imagens, assim como todas as linguagens contém expressões políticas, conceitos, valores que necessitamos saber ler ao mesmo tempo em que imprimimos um olhar crítico sobre elas.

Registramos sim mais os momentos festivos, queremos sim imortalizar o que é bom, mas temos que utilizar a imagem como dispositivo: um olhar sobre o cotidiano, um provocador de discussões sobre o processo de trabalho.

Durante a construção da exposição com os participantes do Comitê regional de Humanização esta discussão já havia circulado, muitos conseguiram já recompor seu acervo para participar da exposição Imagens do SUS mostrando um SUS mais abrangente, também festivo, com momentos de arte e alegria, mas também do registro da produção do cuidado, da produção do comum, de espaços democráticos e de olhar sobre o cotidiano.

Perguntamo-nos o que pode mudar a partir da análise, quais as potências do dispositivo fotografia. Também falamos sobre as fotografias em movimento, que produzem narrativas, concretizadas em vídeo.

Construir a memória do SUS, expressar o SUS que dá certo, mas acima de tudo utilizar a potência de dispositivo que a fotografia pode provocar.
Este encontro entre o técnico e o olhar do humano, ao mesmo tempo em que o protagonismo de quem se deixa retratar apareceu na roda num comparativo com os desafios da Política Nacional de Humanização em combinar as tecnologias duras, leves para um fazer de humanos, entre humanos, nos encontros, na produção do imaterial das relações.

Esta roda de conversa cumpriu seu papel de democratização da participação, de inclusão das diferenças e dos diferentes atores envolvido nos fazer e viver da saúde, além do mais trouxe a humanização para as pautas da imprensa num diapasão de qualificação do SUS.

Contamos com gestores, trabalhadores e usuários ativamente na roda, com falas afinadas, nuances diferentes, saberes que se inter-relacionaram construindo um comum que busco expressar neste breve relato.
Quanto à imprensa veio sim pra roda, nos dando espaços de fala como pautas de televisão e rádio, com entrevistas gravadas e ao vivo. No vivo dos acontecimentos, na riqueza do espaço de cultura e arte que se constitui o Mausoléu Dr. Blumenau.

Convivemos em um espaço de respeito ao que foram estes desbravadores da cidade e da região com as potências das imagens como dispositivos de mudança dos processos de cuidado, gestão, promoção de saúde e prevenção de doenças.

exposicao.jpg

Com certeza um encontro que valeu a pena! Obrigada a todos que colaboraram nesta roda!