Saúde e sustentabilidade são temas de roda de conversa na Tenda HumanizaSUS

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“A Roda já é um novo modo de se fazer gestão em saúde, de forma ampliada, com participação, integrando os diversos atores que compõe o SUS” (José Braz – SE/MS)

“Roda de conversa é isso mesmo. É uma provocação” (Giovana Simone – SAA/MS).

Como trabalhadores e gestores tem pensado os espaços de promoção de saúde e produção de vida? Como a saúde pode colaborar com ambientes sustentáveis e como ambientes sustentáveis podem produzir saúde? Esses e outros questionamentos foram lançados para debate na Roda de Conversa: Produção de Saúde e Sustentabilidade, realizada nesta quinta-feira (10/04), na Tenda HumanizaSUS, montada na área externa do Edifício Premium, do Ministério da Saúde, Brasília-DF. 

As reflexões passaram pela relação entre ambiência, sustentabilidade, territorialidade, e humanização do trabalho, tendo como base a construção de novos olhares para a noção de cuidado e atenção à saúde.  

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Pautadas por um conceito de saúde que ultrapasse a noção de doença e intervenção curativa, a partir de princípios que envolvam a articulação da área da saúde com outros setores, como educação, transporte, trabalho, economia, arte e lazer; os apontamentos das discussões caminharam para a compreensão de que a construção de processos produtivos de saúde devem levar em consideração o desenvolvimento social, econômico e ambiental. “Se o desenvolvimento acontece nessas três esferas, conseguimos produzir mais saúde à população”, defendeu José Braz, do Coletivo MS, da Secretaria de Vigilância da Saúde.

O conceito ampliado de saúde ainda tem como base o processo de envolvimento e formação da comunidade, com respeito e acolhida aos seus saberes e jeitos de ocupação dos territórios, para assim se constituir um ambiente de participação e controle social, na construção e direcionamento das políticas e ações em saúde. “Essa produção deve ser criada numa lógica de coprodução, entre o trabalhador, o usuário e o gestor”, apontou Cathana Oliveira, coordenadora adjunta da PNH

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Além de se transformar a visão que se tem do conceito de saúde, a roda ainda apontou, que, para se construir ambientes saudáveis e sustentáveis, é preciso mudar o olhar que se produz para o território. “A nossa noção de território ainda é muito burocratizada, distanciada e vazia de sentidos”, questionou Giliate Coelho Neto, representante da Secretaria Executiva (SE/MS).

Por isso, é preciso “trazer o significado do território para dentro dos nossos espaços de trabalho, seus conhecimentos e saberes e, assim, produzir novas relações no campo da produção da saúde”, defende Daniell Amado, do Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares do MS.

De acordo a arquiteta Fatah Mendonça, é nessa lógica que também devem ser pensadas as construções e a edificações de espaços de produção de saúde. “Nenhum espaço de saúde pode ser construído de forma descontextualizada de seu território”. A arquiteta ainda pontua que as construções devem garantir espaços de integração, promoção da saúde e da vida do usuário, bem como do trabalhador.

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Para Daniell Amado, do Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares do MS, também é importante incluir na discussão o espaço da rua como parte da ambiência. “A rua pode ser um espaço de produção de saúde, de vida e de saberes”, defendeu.

A atividade faz parte da Semana Nacional de Humanização, evento realizado entre os dias 7 e 11 de maio, por trabalhadores e colaboradores da Política Nacional de Humanização, com o apoio do Ministério da Saúde.