SAÚDE, TRABALHO E HUMANIZAÇÃO NUMA RODA QUENTE NA ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY/UFRJ – II

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No dia 07 de maio de 2014, a PNH esteve presente na Escola de Enfermagem Anna Nery da UFRJ, dando continuidade ao XVIII Encontro de Enfermagem, Trabalho e Saúde do Trabalhador, promovido pelo Núcleo de Pesquisa em Enfermagem e Saúde do Trabalhador – NUPENST, continuando o ciclo de palestras iniciado no dia anterior. Vejam post com o mesmo título postado aqui na RHS.

 

A mesa, composta pela Profª Drª Norma Valéria Dantas, como moderadora, a Doutoranda Ryane Rocha Brite, como secretária, teve como tema proposto Experiências em Humanização no contexto de Trabalho e Saúde do Trabalhador, que foi desenvolvido por Fábio Luiz Alves, Coordenador da PNH/MS, e por Andreia Maria Thurler Fontoura, consultora da PNH/MS.

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Fábio Alves discorreu sobre o conceito de cogestão, conforme entendido pela Política Nacional de Humanização, afirmando-o como aposta da PNH em um novo modo de fazer a gestão e a atenção da saúde no SUS, contrapondo-se aos modelos hegemônicos ainda hoje postos em prática nas instituições de saúde, bem como na formação em saúde, baseados no paradigma Taylorista da gestão.

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Como características deste modelo aponta a separação entre gestão e clínica, com especialistas planejando o trabalho para que outros o execute, numa verticalização hierárquica que acaba por fragmentar o território do trabalho, criando espaços estanques de saber e poder de tal forma que o trabalho é pensado, planejado e organizado longe do ‘chão da fábrica’, não levando em conta o saber da experiência detido por aqueles que estão na linha de ponta.

 

Contrapondo-se a este gerencialismo, o conceito de cogestão, trabalhado pela PNH, entende que a gestão tem uma dimensão pedagógica, visando ampliar a capacidade de investigação e de poder de ação no trabalho por todos aqueles que nele estão envolvidos, discorre Fábio. Desta forma, gerir o trabalho de forma cogerida e coproduzida, exige novos arranjos nos processos como se fazem a gestão e a atenção em saúde.

 

 

Finaliza sua fala apontando os desafios encontrados no dia a dia e enumerando uma série de sugestões para estes desafios, acumuladas em sua experiência na cogestão de coletivos de trabalho.

 

Em seguida, Andreia Thurler discorre sobre a experiência de cogestão que tem sido levada a frente no Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, aqui no Rio de Janeiro, aonde, numa parceria com Fábio Alves, atua como apoiadora intensiva nesta reestruturação.

 

Passa, então, a discorrer sobre aquilo que entende ser uma forma de reinvenção do trabalho no IFF, a partir da reformulação do modelo de gestão e a aposta na PNH como instrumento pertinente para esta traunnamed3.jpgnsformação. Fala sobre a constituição de unidades de produção, pautadas em linhas de cuidado, construídas em projeto comum, com participação de todos os envolvidos.

 

Trabalho este que exige tempo para a construção coletiva, o enfrentamento dos desafios e dos conflitos oriundos de diferentes modos de entender a gestão e a atenção em saúde e para ‘quebrar’ formas instituídas cristalizadas, entendidas como territórios de especialistas e corporações profissionais, que dificultam a transversalidade, fundamental para o processo.

 

Demonstra como este trabalho de construção coletiva levou a transformação radical do organograma institucional, que passa a ser então encarado como também processual, podendo e devendo ir se modificando com o passar do tempo, em consonância com a experiência que vai sendo acumulada e reformulada pelo coletivo, de forma que se sai da lógica das estruturas para a lógica dos processos.

 

Termina sua fala demonstrando como se traça indicadores para este processo, já que o planejamento, o monitoramento e a avaliação das ações disparadas não se separam e buscam formas de reconhecer as transformações exitosas no efetivo do dia a dia de trabalho.

 

Toda a exposição de Andreia pode ser encontrada no anexo a este post.

 

Ao final, seguiu-se uma rica e produtiva roda de conversa com a plenária, na qual foram debatidos vários desafios encontrados na atualidade para o trabalho de gestão e de atenção em saúde.

Miguel Maia