CARTILHA TRABALHO E REDE DE SAÚDE.
A humanização ainda entendida como algo abstrato, se propõe articular no processo de trabalho dos diferentes níveis de profissionais que permeiam o âmbito do SUS. Assim, é importante que suas diretrizes sejam vistas como uma grande contribuição para os vários espaços que envolvem a produção de saúde, acima de tudo a valorização dos sujeitos imbricados neste processo.
Vale ressaltar que o trabalho vai muito mais além do que é definido, mas tudo o que envolve o que é executado, quem executa, possiblidades, potencialidades e fragilidades, na produção de saúde e seus espaços.
Assim, a cartilha nos leva a compreender que lutar por melhorias de trabalho é um exercício ético, que prima pela vida do profissional e do usuário de saúde.
É importante destacar que os locais de produção de saúde, gritam por melhoria nas relações entre os sujeitos e destes com o trabalho. De forma complexa, quando estes sujeitos pedem, ainda que subjetivamente para que se minimize a precarização que envolvem estes espaços, que tendem a produzir em vez de saúde; adoecimento. Isto se dar também pela ausência de interesse dos próprios sujeitos não buscarem parcerias, compartilhamentos, para que as ações dentro dos espaços de produção de saúde sejam menos hostis.
A produção de saúde é de grande complexidade, como cita a cartilha, trecho valoroso para compreender tal situação,
Na área da saúde, essas variabilidades são muito visíveis, uma vez que, além das diferenças entre os trabalhadores, existem diferenças entre as profissões, entre os locais de trabalho (trabalhar em uma unidade de saúde é diferente de trabalhar em um hospital), entre as localidades em que se situam (se é um hospital no Rio de Janeiro ou em Recife, num bairro da zona norte ou da zona sul da cidade, etc.). Além disso, o trabalho em saúde é marcado pelo contato com os usuários do serviço, uma vez que não se pode falar de um “usuário padrão”, ideal. Assim como os trabalhadores, os usuários possuem histórias de vida, demandas e queixas específicas, valores e crenças diferentes. (CARTILHA TRABALHO E REDES DE SÁUDE, 2009, p 12).
A cartilha nos mostra também alguns pontos importantes, como:
• Entender saúde, não como a ausência de saúde, mas a tática de criar estratégias, para viver todas as situações que são impostas no cotidiano dos espaços que produzem saúde, sem primar apenas pelo que já é formulado;
• A preocupação da PNH com a produção de saúde e da relação com as situações de trabalho;
• A postura do trabalhador diante das potencialidades, fragilidades, quando atingidos pelo adoecimento;
• Produção de saúde em seus diversos locais (hospitais, unidades de saúde),assim como áreas geográficas diferentes;
• E por fim a grande diversidade dos sujeitos imbricados na produção o de saúde.
Entretanto diante de toda a preocupação da PNH em subsidiar, referenciar, intermediar, a busca por uma melhor forma de fazer saúde, onde todos os sujeitos estejam no mesmo patamar de satisfação, se constata a grande dificuldade de praticabilizar a política em todos os espaços de saúde. Sabe-se que o trabalho é lento, as políticas levam tempo para serem implantadas. É provável que isto se dê por conta de uma grande resistência dos sujeitos que fazem produção saúde, ficando por uma vida a mercê das queixas, o que os tornam sujeitos vulneráveis ao adoecimento.
