Associação dos Diabéticos se reunem com os gestores da SESAPI para discutirem seus direitos
A Associação dos Diabéticos do Piauí, representada pela presidente Jeane Melo e pela tesoureira Valdete Martins, esteve reunida com gestores da saúde do Estado (SESAPI), do Município (FMS) e com a representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo, Dra. Lucia Costa Farias.
Pautas principais:
1)Previsão de inauguração do CAD – Centro de Atenção ao Diabético (anexo que funcionará no Centro Lineu Araújo) e fluxograma de funcionamento. Dra. Lucia Farias e a enfermeira Ana Maria serão as coordenadoras do CAD.
2) Formalização da pactuação que definiu a dispensação de medicamentos pelo Estado a partir de abril de 2014.
3) Regularização da dispensação da insulina Lantus.
4) Definição da responsabilidade da distribuição da agulha para canetas de insulina.
Informações mais importantes do encontro:
1) Inauguração do Centro (CAD) para agosto, segundo o presidente da FMS Dr. Luís Lobão e equipe.
2) O Diretor de Assistência Farmacêutica, Wislan César, por meio de uma nota técnica, deverá dar início a pactuação que definirá as novas funções da SESAPI. O segundo passo deverá ser levá-la para a reunião da bipartite.
3) Também ficou de discutir, junto ao secretário Mirócles Veras, a dispensação das agulhas para canetas de insulina. Até então, não havia um consenso de quem estava com esta responsabilidade.
(Todas essas decisões foram discutidas amplamente com o Dr. Francisco Pádua – Diretor de Assistência Farmacêutica do Estado e com a Dra. Juliana Lima, Coordenadora da Assistência Farmacêutica do Estado.)
4) Wislan também garantiu a regularização da dispensação da Lantus a partir da segunda quinzena de junho, sem data definida. (Compra emergencial está em andamento.)
5) Lancetadores e lancetas deverão ser distribuídos nos postos de saúde do município a partir da próxima semana para os portadores de diabetes tipo 1 inscritos no programa.
6) A Adip ficou de formalizar pedido para a criação de uma cartilha explicativa sobre a dispensação de medicamentos para os diabéticos.
Por deboraligieri
Emília querida.
Adorei você ter colocado esse post aqui. Esse é um lindo exemplo de como uma associação de portadores de diabetes pode ajudar a saúde pública. Cada um de nós, em nossa cidade e em nosso Estado, pode e deve seguir este exemplo. No Estado e na cidade de São Paulo temos muitas associações de portadores de diabetes, mas o foco de atuação dessas organizações tem sido primordialmente a saúde privada. Na saúde pública, embora tenhamos uma lei paulista que prevê como obrigação do SUS o fornecimento de toso os tratamentos disponíveis no mercado, ela não é aplicada e estas mesmas associações nada fazem para cobrar do Poder Público o seu cumprimento.
Há um exemplo, entretanto, na cidade de Indaiatuba – a Associação dos Diabéticos de Indaiatuba, que na figura de Edvaldo Furtado Apolinário, conseguiu junto ao Poder Público Municipal a implantação do núcleo do pé diabético. Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 2013/2014, o Consenso Internacional do IWGDF (Grupo Internacional de Trabalho com o Pé Diabético – https://iwgdf.org) recomenda a implantação de serviços básicos na comunidade, de ambulatórios ligados a hospitais ou centros especializados, de modo a se estabelecer uma rede integrada para o atendimento aos portadores de diabetes com graus variados de problemas nos pés. O exemplo dessa recomendação é um caso brasileiro, um serviço público com treinamento de profissionais para o atendimento de pacientes diabéticos iniciado em 1992 em parceria entre a SBD e o MS no Distrito Federal, que resultou em uma redução de amputações em 77% (lembrando que o diabetes é a doença que mais contribui para o número de amputações de membros inferiores no Brasil).
Assim, temos grandes conquistas a comemorar das Associações de Indaiatuba e do Piauí, e de seus representantes – do Edvaldo, com o serviço direcionado ao pé diabético, e da Jeane, com a distribuição dos análogos que, proporcionando melhor controle da glicemia, também ajudam a prevenir as complicações, como o pé diabético – mas ainda temos muito pelo que lutar! Mas sabemos que temos a abertura do Ministério da Saúde para isso, e que podemos sonhar com um serviço público de qualidade e integralidade para todos os portadores de diabetes no Brasil.
Abraço carinhoso,
Débora