CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA
Ao falarmos em Cínica Ampliada, entendemos que, antes de qualquer conceito ou concepção, existe aquele princípio da totalidade do ser, na base desta nova compreensão de fazer saúde ou seja, a necessidade do homem ser tratado como sujeito biopsicosocial, sem ser retalhado ou fragmentado em partes. A Clínica Ampliada e compartilhada, vem com a proposta de entender o significado do adoecimento e tratar a doença no contexto de vida, no qual esta doença está inserida. Portanto, sua proposta, não é tratar a doença, mas o sujeito de maneira integral.
Esta proposta de fazer saúde, valoriza as singularidades de cada usuário e não o vê por partes ou patologias. Fazer clínica ampliada, é romper fronteiras e limites no quais se esbarra o tratamento tradicional. Buscar ferramentas de articulação ou novos (outros) caminhos, para a inclusão dos diferentes enfoques e disciplinas. Trata-se da prática interdisciplinar, fazendo conexões e parcerias com outras práticas de fazer saúde ( falamos da interdisciplinaridade na transversalidade)sempre que necessário for, em busca das soluções possíveis para às necessidades do usuário. Quando falamos em outros instrumentos ou ferramentas de fazer saúde, falamos na complementariedade necessária ao usuário, no tocante ao seu tratamento, ou seja, falamos da participação de outras especificidades e até de outros serviços de saúde, sempre que se fizer necessário. Os dispositivos resolutivos desta prática de fazer saúde, são: As equipes de referência, os projetos terapêuticos singulares e o apoio Matricial; para que esta ampliação dos serviços seja possível e efetiva, quando em conexão com outros serviços ou práticas de saúde que até estejam inseridas em outras instituições ou lócus.
É importante ressaltar, que o planejamento individual de tratamento do usuário- PTS (ações ou práticas de saúde à ele indicadas), será construído pela equipe de referência( equipe interdisciplinar que o acompanha), no intuito de atender as suas reais necessidades e singularidades e assim, não só tratar o que estar doente, mas resgatar sua personalidade e existência. Essas novas comunicações nas redes, são feitas a partir do apoio matricial. O Apoio Matricial, convida os serviços de saúde, a utilizar outros serviços ou ações de saúde, existentes na rede, através da interdisciplinaridade para chegar a transversalidade, como caminho viável e essencial no tratamento da doença e muito mais, na construção da saúde.
Finalizo dizendo, que na construção da saúde, que entende como relevante, as singularidades, a anamnese, deixa de ser feita individualmente, para ser construída de maneira ampliada ( anamnese ampliada), a partir da complexidade do sujeito e de seu protagonismo no processo de sua cura. É por demais pertinente ressaltar, a importância da neutralidade profissional nesse processo, porém não esquecendo de enfatizar que neutralidade não sinônimo de frieza ou indiferença do profissional, frente ao sujeito adoecido. Neutralidade, não é igual a falta de envolvimento profissional, com o problema ou situação.
Roseana de Carvalho Sampaio
14/07/2014.
Por Emilia Alves de Sousa
Muito bom o seu texto sobre a Clínica Ampliada. As suas reflexões somadas a tantas outras compartilhadas neste espaço qualificam o debate sobre essa diretriz tão necessária para a produção de uma atenção integral e humanizada.
Continue compartilhando aqui os seus textos!
AbraSUS!
Emília