Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência

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Curso de Formação de Apoiadores da PNH
Atividade de dispersão do 7º Módulo
Participante: Thereza Christina Braga Ribeiro
Tutora: Luzia Malta

 

Para que possamos falar em acolhimento nos serviços de urgência necessário se faz que primeiro venhamos a entender o que vem a ser o acolhimento em si. Este é uma ação técnica assistencial, que propõe a mudança da relação do profissional para com o usuário, utilizando-se de não só da ação técnica, mas dos padrões éticos, humanitários e solidários.
Este deve atender a todos que procuram os serviços de saúde, através da escuta diferenciada dos pedidos e desenvolver seu trabalho de maneira tal que seja capaz de acolher, escutar e dar as respostas da melhor forma possível.
Significa prestar um atendimento completo e com responsabilização. E como seria esse atendimento? Utilizando o princípio da universalidade do acesso, a responsabilização pela saúde dos indivíduos e consequentemente, a formação de vínculos entre os profissionais, ou seja, em consonância com a clinica ampliada, co-gestão, ambiência e valorização do trabalho em saúde, logo, em conformidade com a PNH.
Normalmente, entende-se e coloca-se em prática o acolhimento, como uma oferta de um ambiente agradável e confortável, com uma recepção que dê as informações que acha necessária, e que procede o encaminhamento para os respectivos serviços. Onde o centro das atenções é exclusivamente a doença, não o ser com todas as suas carências e necessidades, que são também pré-requisitos para se alcançar a saúde no seu sentindo real.
Infelizmente, muitos profissionais entendem acolher como, organizar uma fila dupla, de um lado as pessoas em geral, de outro os idosos, grávidas, mulheres com crianças de colo, e essencialmente por ordem de chegada. Sem levar em conta o potencial de risco. Esta situação mostra a falta de humanização em algumas unidades do serviço de saúde, e por parte de uma classe que torna essa prática perversa e desumana. Pois, tem causado desmotivação entre os profissionais, levando-os a procurar por complementos salariais para garantir a sobrevivência, diante da falta de uma remuneração justa. E o agravante é que esta situação leva ao adoecimento não só dos usuários, mas também dos profissionais de saúde.
Tomar conhecimentos do que vem a ser o acolhimento dentro das reais necessidades de saúde, como também, tomar ciência do que pode acontecer se este não é desenvolvido devidamente como uma diretriz capaz de potencializar a reorganização do processo de trabalho em saúde, colocando o usuário como foco principal desse processo, nos leva a perceber que temos que fazer a nossa parte através do empenho em resgatar nos trabalhadores da saúde a capacidade de cuidar e de acolher, através do ato de semear a informação de que acolher é escutar a queixa, identificar riscos e vulnerabilidade (escuta qualificada) e se responsabilizar para dar uma solução ao problema. É sabido que não poderemos conseguir resolver todos os problemas da saúde do dia para a noite. Mas, podemos fazer um pouco, que somado ao do outro, e mais outro, se tornará o muito de que tanto os usuários do SUS precisam.
Por fim, um aspecto que se torna um instrumento motivador quando se pensa nos serviços de saúde, é quando conseguimos enxergar que muito já se avançou e que existem muitos profissionais da saúde comprometidos com a prática dessa, e principalmente, muitos que além da prática se dedicam a batalhar por um SUS livre das intempéries.