Acolhimento e classificação de Risco nos Serviços de Urgência
O texto Acolhimento e Classificação de Risco traz uma reflexão sobre o acolhimento enquanto elemento essencial para um SUS humanizado, a representação deste acolhimento na saúde, o sentido destas reflexões para as práticas de produção de saúde, aponta o acolhimento como diretriz e dispositivo de interferência nos processos de trabalho, o acolhimento com classificação de risco e as mudanças possíveis no trabalho nos serviços de urgência, a ambiência nos serviços de urgência, os sentidos do acolhimento nos serviços de urgência do SUS, os protocolos de classificação de risco, bem como traz algumas sugestões e reflexões sobre a implantação do acolhimento e da classificação de risco nos serviços de urgência.
O processo de acolhimento mostra-se como ato de acolher e expressa uma ação de aproximação, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com as pessoas. Desse modo, a forma de acolhimento aos usuários do SUS deve se estender desde a porta de entrada aos serviços nos diferentes níveis de complexidade, segundo a necessidade de cada usuário ao acesso do acesso e ao como um fazer-se presente na qualidade da assistência (escuta/vínculo/responsabilização/resolutividade). O acolhimento como dispositivo tecno-assistencial permite refletir e mudar os modos de operar a assistência, pois essa forma questiona a clínica no trabalho em saúde, os modelos de atenção e gestão e o acesso aos serviços.
A avaliação de risco e vulnerabilidade não pode ser considerada prerrogativa exclusiva dos profissionais de saúde: o usuário e sua rede social devem também ser considerados neste processo. Ressalta a Classificação de Risco como uma importante ferramenta desenvolvida para promover melhorias na organização dos serviços de emergência, onde os atendimentos são realizados conforme o grau de gravidade apresentado pelo paciente, por riscos de agravamento ou ainda pelo grau de vulnerabilidade dos mesmos. Seu principal propósito é promover um atendimento mais qualificado, organizado e humanizado, definindo prioridades de acordo com o grau de complexidade apresentado pelos usuários dos serviços de emergência. Em referência ao conceito de acesso, este refere-se às unidades e serviços (garantia do cuidado), à qualidade da/na assistência, à continuidade do cuidado, à participação nos projetos terapêuticos e de produção de saúde.