Doadoras do bem

Algumas culpam as alterações hormonais, outras alegam questões psicológicas, mas o fato é que as mulheres, quando grávidas, ficam ainda mais sensíveis. É um momento de grande expectativa e ansiedade.

Por isso mesmo, é fundamental que o atendimento a elas na rede pública de saúde, através do SUS, seja feito com a devida atenção que elas tanto precisam.

O acompanhamento antes, durante e após o parto deve ser feito com seriedade. A escolha do tipo de parto (cesariana, normal, humanizado) não é fácil. Dentre esses, o parto humanizado tem se destacado ultimamente, pela ligação mais íntima da mãe com o filho na hora do nascimento, além da redução de cesarianas e consequentemente menos internações, e claro, a recuperação total mais rápida da mãe, que poderá cuidar do seu bebê com maior estabilidade.

Doulas

Diferentes personagens devem acompanhar a mãe que deseja ter seu filho através de um parto humanizado. Nesta publicação, vou me atentar ao papel da doula. São mulheres treinadas para dar suporte a mulheres grávidas durante todo seu processo gestacional e após o parto também.

Antes do parto, o papel da doula é explicar procedimentos comuns e ajudar a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto. Durante o parto, ela é a ponte entre a equipe e o casal. Explica termos médicos, ajuda a mãe com posições confortáveis durante o trabalho de parto, formas eficientes de respiração, prepara banhos, massagens, relaxamento. Após o parto, realiza visitas à família, e oferece dicas sobre amamentação e cuidados com o bebê.

No Distrito Federal, mais precisamente na região de Santa Maria e Gama, cidades satélites, ocorreu o Primeiro Curso de Doulas, no mês de agosto. Essa iniciativa pioneira é da Secretaria de Saúde com a Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento – Rehuna. Nesse curso, mulheres foram capacitadas para atuar junto aos hospitais públicos da região, acompanhando as mães, nesse que é um dos momentos mais importantes da vida delas.

Mariana Belini* não encontrou na rede de saúde pública esse atendimento quando no ano passado resolveu ter Julia por meio de um parto humanizado, mas afirma que teria feito a diferença. “Tive uma pessoa da família sempre próxima, que encarou o desafio junto comigo, além do meu marido. Mas sem dúvida o papel da doula, pra quem não tem um familiar próximo é muito importante. Doulas são doadoras do bem.”

*Nomes fictícios foram utilizados para garantir a privacidade da entrevistada.