Animais salvam vidas

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Qual é a nossa relação com os animais, tanto no convívio social como na pesquisa científica? Eu desejaria que fosse semelhante a dos budistas, com respeito e gratidão. Os animais exercem papel importante em nossas vidas. Está cientificamente comprovado que aqueles que tem um pet em casa têm menos chance de sofrer infarto, diabetes ou estresse. Os cães também podem farejar sintomas de câncer e perceber a queda de glicose em pessoas com diabetes. Tudo isto eles fazem de forma sensitiva.

E há animais, como cães, coelhos, macacos- que são primatas não humanos, e ratos que são utilizados em pesquisas clínicas como cobaias. Para eles não há escolha. Eles têm de colaborar compulsoriamente. As regras da pesquisa brasileira e internacional exigem que os testes pré-clínicos sejam realizados em animais, principalmente em estudos sobre o câncer.

Até que ponto é humano fazer isto? Até que ponto são seguidos os protocolos que preconizam o menor dano possível ao animal? Qual o limite da dor e do sofrimento? Por que um cão Beagle deve ser alimentado com ração contaminada com agrotóxico quando já sabemos que uma dieta assim vai matá-lo?

Recentemente, a diretoria da Anvisa decidiu aceitar 17 métodos alternativos validados ao uso de animais nos pedidos de registro de serviços e produtos sujeitos a vigilância sanitária, foi no dia 21 de agosto, motivada pelo  Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), que solicitou  formalmente a manifestação da Agência.

A Anvisa entendeu que o os ensaios não clínicos ( in vitro e in silico, entre outros métodos alternativos) contribuem para o desenvolvimento científico e tecnológico do país e para a redução e a substituição do uso de animais em experimentos.

A Anvisa já havia adotado outras medidas de incentivo e desenvolvimento de métodos alternativos, como o apoio à criação do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos – BraCVAM, ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde – INCQS-Fiocruz, e sua efetiva participação na Rede Nacional de Métodos Alternativos – Renama,  do governo federal.

A decisão da Anvisa reflete a pressão social internacional para o fim do uso de animais em pesquisas, principalmente para produtos cosméticos e de higiene, que podem ser testados in vitro. Em 2013, ativistas dos direitos dos animais invadiram um laboratório em São Paulo para libertar cães Beagle utilizados em pesquisas.

Lançar um olhar de respeito aos animais nos torna mais humanos e mostra ser possível humanizar também a pesquisa clínica, uma área geralmente refratária a emoção.