Saúde Mental e Psicologia nas relações de trabalho

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Por Hudson Eygo

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Somos, até aqui, resultado direto do modelo capitalista narrado por Karl Marx. É verdade que ocorreram mudanças. O modelo de produção, assim como o de dominância burguesa, não é tão literal como nos moldes iniciais do sistema, já que sobrepujamos o formato/processo de trabalho pregado por Taylor, Foyol e Ford. A própria concepção de “Ser” do homem contemporâneo supera a do homem moderno, hoje vista por alguns teóricos como mecanicista.

É certo que a visão de homem, assim como a de produção de vida, sempre esteve ligada ao trabalho. Contudo, o capital nem sempre esteve ligado ao trabalho, mas sim à exploração de um sobre a força do outro.

No homem contemporâneo, as constantes transformações no modo de vida, paralelo ao avanço tecnológico e ao ritmo cada vez mais acelerado do trabalho, resultam em uma sobrecarrega física e psíquica. Esse ritmo desenfreado e abusivo de trabalho tornou-se – erroneamente – sinônimo de acúmulo de capital e melhoria de vida. E, sem perceber, o homem tornou-se produto ao produzir seu modo de vida. O sistema criou as necessidades, e nós as abraçamos sem pestanejar.

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Os desafios para a profissão nesse contexto são muitos. Diante da realidade de vida desses trabalhadores, e da desigualdade social e mazelas de nosso país, onde até mesmo o Estado – única instituição política que temos – ao invés de garantir a qualidade de vida, quase sempre corrompe sua função, agindo em prol das empresas e dos empresários, o trabalhador em muitos casos aparece como vitima do sistema, sem acessos a meios para garantir a efetivação de seus direitos.

Ainda hoje as medidas de saúde, não apenas no que tange a relação trabalho/trabalhador, mas a própria conjuntura social imputa uma assistência emergêncialista, fundada na prática da medicina curativa, focada apenas em questões físicas, negligenciando por completo as outras esferas de ser do homem. As medidas preventivas ainda são poucas, e quando acontecem, nem sempre priorizam a coletividade.

Cañete (2001), defende uma relação interdependente entre saúde e educação. Só por meio de uma Qualidade Total – condição real de assistência à saúde por parte da sociedade e do estado – se garantirá uma saúde de qualidade e de livre acesso, construída por todos. Mas para esse nível comprometimento, precisamos de homens conscientes de sua condição e, portanto, livres, aptos a lutar por melhores condições de saúde, por uma Qualidade de Vida, que não virá sem reformulações de ordem moral, ética e cultural de nossa sociedade.

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