HUMANIZAÇÃO NO MUNDO: CONEXÃO LUANDA – BRASIL
O segundo e o terceiros dias de trabalho da PNH em Luanda tiveram diferentes acções e focos!
No segundo dia foi tempo de descobrir a força e os cuidados entre as mulheres do país e o investimento no aumento e qualificação dos profissionais de saúde. A visita a Maternidade Lucrécia Paim fundada em 1936, e denominada dessa forma em homenagem a uma guerrilheira de Angola, foi uma linda descoberta. Recebe um número enorme de gestantes diariamente e a partir de intercâmbios com o Brasil vem fazendo hoje adequações de ambiência e o desenvolvimento do lindo projecto “Madrinhas do Parto”. O projecto já conta com 60 mulheres voluntárias que ficam ao lado das parturientes . Segundo a médica coordenadora do projecto a entrada destas madrinhas “trouxe alegria ao rosto das mulheres, menos dor e menos medo, ampliou o espaço de diálogo antes e depois do parto”.
Na escola de formação de técnicos de saúde pudemos compartilhar sobre as experiências de formação, chamando especial atenção o curso regular de especialização para parteiras, com estágios práticos e módulos teóricos. É mais um passo no reconhecimento da importância da inclusão e respeito as diferenças de linguagem, hábitos e formas de se sentir cuidada em saúde. Aumento do acesso e melhoria na humanização!
Já no dia de hoje tivemos o grande momento de apresentação da experiência brasileira. Junto aos colegas que discutiram formação em humanização. As outras duas experiencias apresentadas foram em hospitais municipais da provincia de Benguela e Malanje. Em Benguela a formação do gabinete do utente aumentou muito a comunicação com o usuário, tendo espço de portas abertas para ouvir e qualificar os serviços. Em Malanje conta-se com um trabalho de qualificação do atendimento na porta de urgência, trazedo espaço de debate entre os trabalhadores.
A luta pela democracia se expande no país a fora e no final do turno uma mesa com o Secretário de Saúde de Angola apresentou alguns caminhos percorridos para municipalização da saúde! Masi trocas podem ser feitas, um povo muito heterogéneo como o nosso, a implicação de médicos e profissionais de diferentes nacionalidades buscando humanizar as práticas garantindo mais profissionais e formas de comunicação adequadas aos dialetos diferentes que circulam na boca do povo.
Mais um passo na aproximação entre nosso países nas pr+aticas de cuidado e de gestão hospitalar e de atenção básica. Na garantia do cuidado e dos direitos das populações vulneráveis, das condições dos serviços. Viva a luta pelo crescimento da saúde e o respeito máximo às mulheres!!
Nga saquidila*!
Curiosidade: por aqui…Catana é um instrumento de múltiplas funções com importância cultural nas lutas do povo, mas que também serve para plantar, como utensílio doméstico e para proteção. O olhar de muitos enquanto me apresento, por aqui, derrete o coração, os múltiplos sorrisos alegram e a imagem da força que quero muito ter nas lutas e plantios da vida diária!
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Teu relato me fez lembrar da viagem de Regina Benevides e Edu Passos prá Moçambique. E do relato dela. Aliás, vou postá-lo na RHS para alimentarmos essa linda conexão com a África.
bj