O antissemita, o racista, o machista e a inveja.
Telmo Kiguel
Médico Psiquiatra
Psiquiatra
O antissemitismo é antigo, multi causal e multi facetado.
Para alguns pesquisadores seria, basicamente, uma discriminação religiosa.
O racismo seria uma visão equivocada da biologia a serviço de uma determinada supremacia grupal.
Aqui no Brasil é traduzida por uma pretensa superioridade dos brancos sobre índios e negros.
E o machismo seria a idéia preconcebida da superioridade do homem sobre a mulher.
Mesmo organizados, estes grupos discriminados, não conseguem prevenir a ocorrência de atos hostis contra eles.
Inclusive com o recente auxílio do Direito que criminaliza estas condutas.
A inconformidade com os ataques tende a aumentar por não se sentirem inferiores a seus algozes.
E da maior conscientização de que o problema das discriminações está na mente do discriminador.
E cada vez mais trazem argumentos em que demonstram os valores de seus grupos.
Na expectativa que estes valores previnam essas Condutas Discriminatórias.
Vejamos alguns exemplos desta argumentação, inevitavelmente, ineficaz.
Os judeus argumentam com a grande quantidade de seus membros que já receberam o Premio Nobel.
E que Israel é um dos mais avançados centros tecnológicos da atualidade do qual o mundo todo se beneficia.
Atos racistas são freqüentemente perpetuados contra jogadores de futebol.
Famosos, ricos e muito valorizados pela importância que nós brasileiros damos a este esporte.
E as mulheres também tem uma argumentação de peso.
Todo homem teve uma mulher importante em sua vida que foi sua mãe.
E nem isto inibe a conduta machista.
Todas estas argumentações nos leva a pensar que estas condutas discriminatórias podem ser potencializadas por inveja.
Para muitos o Premio Nobel desperta admiração e inveja.
Ser negro, famoso e rico no Brasil também.
Ter sido gerado, alimentado, criado, educado por uma mulher.
E depender de outra para ter filhos, também pode despertar admiração e inveja.
Conclusão: a criminalização e a argumentação, que é uma forma de educação dirigida, não inibem a Conduta Discriminatória.
Reproduzido do blog
https://saudepublicada.sul21.com.br/category/discriminacao/
Publicado em 04/08/2014
Por psijeo
Boa proposta de reflexão Telmo, principalmente na semana cívica em que nos encontramos em nosso país.
Na minha curta experiência de vida (não vivi a ditadura em sua plenitude), poucas vezes observei a intolerância quanto à diferença como nas últimas semanas, sem procurar aqui apontar santos e pecadores.
O que era para se tornar uma festa de uma democracia ainda adolescente acabou por apresentar-se como um teatro dos vampiros.
A Humanização, tema deste site, apareceu em sua forma mais individualista e egoísta. Sim, também é humano ser desumano.
Temos mais uma vez o desafio de promover o encontro das contradições na construção dialética de relações sociais saudáveis.
Saudações,
Jeovane