A valorização do trabalho e do trabalhador da saúde na perspectiva da PNH.

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Este foi o tema trazido pela Annataália Gomes (Consultora da PNH) para ser dabatido no encontro realizado ontem (30) no HILP, como parte das atividades comemorativas pela passagem do dia do servidor público no hospital.

A Política Nacional de Humanização-PNH se expressa como uma política transversal que opera com um conjunto de princípios e diretrizes, tendo como finalidade alterar a maneira de trabalhar e de interferir nos processos de trabalho no campo da Saúde. E a saúde do trabalhador se coloca como uma dessas diretrizes disparadoras de mudanças nos espaços de saúde.

O trabalho no campo da saúde, pela sua complexidade,  assume uma dimensão  híbrida, ao mesmo tempo que produz saúde, produz sofrimento também pelo envolvimento  dos trabalhadores com a doença, com a dor, com a morte. Além disto,  há o convívio também em ambientes perigosos,  insalubres (germes, acidentes, degradação, sobrecargas intensivas …),   o que desgasta o bem-estar, as relações no cotidiano de trabalho.

“Cuidamos do outro e esquecemos de nós… a instituição precisa investir na saúde do trabalhador” Falou Annatália. O espaço onde o trabalhador não é  incluído, escutado, acolhido, respeitado, não é feliz, se torna um espaço de adoecimento. Concluiu a consultora.

A PNH prevê como humanização a valorização de todos os sujeitos envolvidos nos processos de produção de saúde: usuários, gestores e trabalhadores. Para Annatália, atribuir valor à pessoa é produzir inclusão, é respeitar o outro, é dar voz ao outro, é fazer circular a palavra, aumentar o grau de autonomia e protagonismo nos espaços de trabalho.

“É impossível cuidar da saúde sem considerar as situações pelas quais passamos ou as formas como nos organizamos para lidar com as experiências que nos adoecem”.  Enfatizou Annatália.

Assim, não basta acolher o usuário, fomentar gestão participativa… É preciso cuidar também da saúde dos trabalhadores, criando espaços que favoreçam um fazer em saúde com diálogo entre os pares, e entre todos os que produzem saúde, um fazer saúde horizontalizado, que alie conforto, segurança, capacidade de resolutividade e alegria, que amplie a autonomia e protagonismo entre os sujeitos.

Esperamos, num futuro muito próximo, retornarmos à rede, anunciando que o nosso hospital (HILP) incorpora todos essas questões que valorizam de fato o trabalho e a saúde do trabalhador, conforme prevê a PNH. Infelizmente, no atual contexto, estamos produzindo mais adoecimento do que saúde, no que tange principalmente às condições de trabalho, que são precárias, desacolhedoras. Temos uma estrutura física ultrapassada, construída há mais de 40 anos para ser um dispensário de tuberculose, e que foi cedido para sediar o HILP. Não atende adequadamente as necessidades das nossas demandas, o que vem produzindo muitos desconfortos.  Entretanto, o nosso coletivo está em lutas por mudanças! Se vamos chegar onde queremos, não temos certeza absoluta, mas a esperança está viva, estamos unidos, e a união faz a força!

O encontro foi finalizado com um sorteio de presentes para os trabalhadores e um saboroso lanche para todos os participantes.

 

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