Exemplo de sucesso em Terapia Comunitária: Projeto 4 Varas em Fortaleza-CE.
O projeto 4 Varas foi criado em 1987, no Bairro do Pirambu em Fortaleza –CE pelo psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto. Tive a oportunidade de recentemente conhecer esse projeto que é sinônimo de sucesso no acolhimento a comunidade.
Hoje, o projeto já é bem estruturado e reconhecido internacionalmente como um exemplo exitoso da Terapia Comunitária (TC). Aliando o saber científico com a crença popular e as vivências interpessoais eles contribuem na (re) construção da identidade individual e coletiva. De modo que a vivência grupal tenta gerar reflexões que visam descontruir os paradigmas impostos pela sociedade, dando um novo significado para a subjetividade do “eu” e para a coletividade.
Por meio da percepção dos benefícios da Terapia Comunitária (TC), hoje o projeto conta com apoio financeiro e técnico do governo. É possível que Unidades Básicas da capital referenciem pacientes para serem acolhidos no projeto, muitos dos quais apresentam transtornos de ansiedade, estresse, problemas familiares e depressão.
De acordo com o próprio fundador: “O projeto acolhe o sofrimento, hospital acolhe a patologia”, mostrando que o objetivo do projeto é acolher o ser humano e seu sofrimento, desfavorecendo o modelo de medicalização e hospitalocêntrico. Não há uma negação da necessidade destes instrumentos, mas é mostrado que se pode utilizar vias alternativas, que respeite a individualidade e autonomia do indivíduo.
Além dos momentos de Terapia Comunitária, existem espaços de massoterapia, yoga, ofurô, a plantação comunitária de ervas para fazer chás, existe uma “Farmácia Viva”, tornando o ambiente muito convidativo, acolhedor e tranquilo. Permitindo também, que vários estudantes de diversas áreas, como psicologia, farmácia, medicina, e demais profissionais da saúde possam se interessar em conhecer esse ambiente e fomentar novas ideias acerca do que é humanização no cuidado aos pacientes.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Oi Luciana,
Assunto que está na ordem do dia: reencantar a relação entre saberes que foram separados ao longo das modulações pelas quais passam as experiências humanas com o cuidado de si e do outro. Belo post e belíssima experiência!