Brasil deve registrar meio milhão de casos de câncer até o fim de 2015. Para a OMS, o mundo vive uma epidemia global da doença

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Em 20 anos, o total de mortes pelo tumor vai subir de 8,2 milhões para 13 milhões por ano em todo o planeta. Entretanto, mais da metade dos casos já apresentam cura se diagnosticados precocemente

Um estudo, divulgado em 2014 pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), deixou o mundo em alerta sobre o aumento de casos de câncer no planeta. De acordo com a entidade, o diagnóstico da doença deve aumentar 50% até 2030, atingindo 22 milhões de pessoas, aproximadamente. O informe revela ainda que mais da metade dos casos de câncer já detectado poderia ter sido evitado se as autoridades adotassem campanhas de combate à obesidade e ao sedentarismo, por exemplo.

“Sabemos quais são os riscos para contrair o câncer. O paciente precisa melhorar os hábitos e ter uma vida com mais qualidade, além claro, de realizar exames de rotina, que são os mesmos usados no diagnóstico para outras doenças: laboratoriais, endoscópicos, por imagem, com destaque para o exame de PEC-CT e medicina nuclear”, ressalta a médica e chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Dra. Patrícia Schorn.

A profissional explica que nem sempre é possível se prevenir totalmente contra o câncer, mas há fatores de risco que são considerados a origem do surgimento de diferentes tipos de tumores, e que podem ser evitados, como: o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, vida sedentária, obesidade e alimentação deficiente em fibras, entre outros. “Hoje, 80% das causas conhecidas de câncer estão relacionadas a esses fatores de risco, enquanto 20% são de origem genética”, afirma Patrícia. O estudo da IARC lembra, também, que o crescimento e o envelhecimento da população ajudam a explicar a previsão de aumento da doença para os próximos anos.

No entanto, a agência adverte que as insuficiências políticas públicas de prevenção e detecção precoce do problema, assim como as dificuldades de acesso ao tratamento, colaboram para que a doença cresça, sobretudo nas nações em desenvolvimento.

No Brasil, cerca de meio milhão de novos casos devem surgir até o final de 2015, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A entidade informa que, nas regiões mais pobres do país, predominam os cânceres ligados, por exemplo, a fatores infecciosos, como o câncer de colo uterino e o câncer de estômago. Para o presidente do Inca, Luiz Antônio Santini, o Brasil vive uma epidemia de câncer. No Distrito Federal, um dos tumores mais frequentes é o câncer de colo de útero. São 804.405 mil mulheres em estado de risco, segundo dados da Secretaria de Saúde do DF. Em 2013, foram realizadas 142 cirurgias para a retirada do tumor maligno, 88 realizações de radioterapia, 153 passaram por quimioterapia e 70 foram a óbito.

Check-up oncológico – Além do hábito de uma vida saudável, o diagnóstico precoce é fundamental para as chances de cura do câncer, quando detectado. Para isso, o Centro Oncológico do Grupo Santa, composto pelos hospitais Santa Lúcia, Santa Helena e Prontonorte, é pioneiro em prestação de serviço integrado para o tratamento do tumor, em Brasília. Em um ambiente confortável e humanizado, o paciente conta com serviço de oncologia ambulatorial, hematologia, estrutura 24 horas para atendimento emergencial pós-quimioterápico, transplante de medula óssea, radioterapia, medicina nuclear com PET-CT e radiologia.

“Estar inserido em um ambiente hospitalar, que proporciona agilidade ao serviço é imprescindível para um tratamento mais eficaz e menos doloroso”, observa a chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Santa Lúcia. Segundo ela, a assistência ao paciente é 24 horas, principalmente, nos casos de atendimento emergencial pós-quimioterápico.

O tratamento do câncer pode ser realizado através de cirurgias, radioterapia ou pela quimioterapia, de forma isolada ou combinada, dependendo da região ou do órgão de origem da doença. Além dos serviços hospitalares (cirurgia, terapia intensiva e emergência clínica e cirúrgica 24 horas), muitas vezes é necessário o uso de medicamentos antineoplásicos (quimioterapia) para o tratamento. Esta etapa é conduzida por especialistas em oncologia clínica e hematologia. “Quanto maior a tecnologia disponível para avaliação do caso, menor é a agressividade e mais resolutividade para a condução do tratamento”, informa Dra. Patrícia Schorn.

Saiba mais – Segundo o relatório da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), o câncer de pulmão foi o campeão no número de casos, com 1,8 milhão de registros (13% do total) no mundo, seguido pelo câncer de mama, com 1,7 milhão de casos (11,9%) e pelo tumor de intestino grosso, que atingiu 1,4 milhão de pessoas (9,7%).

O câncer de pulmão também é o responsável pelo maior número de mortes. Em 2012, a doença matou 1,6 milhão de pacientes no planeta. Em seguida, aparecem os tumores de fígado e de estômago, com 800 mil e 700 mil mortes, respectivamente.

 

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