Tema: Afeto, Afecção, Encontro, Gêneros de Conhecimento em Espinosa, contribuições para a Saúde Coletiva
Compas,
compartilhando mais um roteiro de estudos…
Tema: Afeto, Afecção, Encontro em Espinosa, contribuições para a Saúde Coletiva + Gêneros de conhecimento em Espinosa, contribuições para a Saúde Coletiva
Facilitará uma leitura guiada da ética assistir alguns dos vídeos a playlist que compus para vcs:
A playlist completa está acessível aqui
Ou a partir do vídeo abaixo…
O artigo do Ricardo Teixeira, que mencionei em aula: TEIXEIRA, Ricardo Rodrigues. A Grande Saúde: uma introdução à medicina do Corpo sem Órgãos. Interface (Botucatu) [online]. 2004, vol.8, n.14, pp. 35-72. ISSN 1807-5762. está aqui
Uma versão online da Éticade Spinoza pode ser acessada aqui
SÉVÉRAC, P. 2009. O conhecimento como o mais potente dos afetos. Pp.17-58. Disponível em aqui
Sobre o tema de liberdade de dos gêneros de conhecimento temos a contribuição de Claudio Ulpiano no vídeo abaixo:
4 Comentários
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Por Elida Rodrigues
Essa aula é imperdível e Ulpiano é mesmo incrível, quanta poesia!
Deus não é constrangido por nada, causa ativa, liberdade, ausência de constrangimento, Deus é a natureza.
Liberdade ao homem, não há possibilidades de homens serem livres já que todos os seres são dotados de ação e de paixão. Os seres apaixonados porque precisa das forças que vem de fora que iriam constitui-lo. Homem é como um enorme oceano cercado por ventos contrários que produzem ondas, o homem está exposto aos ventos contrários. O homem em alguma situação poderia ser livre?
O homem pode ter sua vida pelas forças que vem de dentro e forças ou causas livres que geraria sua liberdade. Só há liberdade se sua vida for produzida por você mesma, você poder efetuar sua própria natureza.
1º gênero de conhecimento – gênero da experiência vaga ou gênero da consciência – é apenas um efeito, um resultado dos encontros que nossos corpos fazem na natureza, meu corpo vai receber marcas, minha consciência é constituído por marcas, letras, signos. O homem da servidão, que não consegue ultrapassar sua consciência, um corpo apaixonado, ele é o que as forças que vem de fora o determine que ele seja. Nós somos um corpo e somos cercados por multidões de corpos, estamos sob a dominação dos acasos dos encontros, esses corpos produzem forças sobre os nossos, que nos marcam, a consciência fica numa lei das marcas e não entende nada além disso. A consciência deve ser desqualificada enquanto prática e ética, se não teremos uma ética do medo, do horror, dos fantasmas.
2º gênero do conhecimento – é razão ou noção comum – o homem começa a ter atividade, conhecer aquilo que está do lado de fora, o homem já tem o poder de conhecer aquilo que está de fora dele, uma capacidade de conhecer o que existe. Conhecer a realidade, uma possibilidade de uma prática cientifica. O Homem busca a verdade e o melhor no campo moral, aqui conhecemos as coisas além das marcas.
3º gênero de conhecimento – poder de invenção, ciência intuitiva, ultrapassar o que é, produzir o novo, arte, outro pensamento. Espinoza já anunciava a fadiga que o mundo estava nos causando. Pensamento, poder de produzir novos modos de vida. Liberdade e pensamento.
Michel Foucault – retorna a Grécia – se dirigiu para ali para trazer algo de novo e quando ele faz esse investimento verifica que o grego produzia uma vida livre. O grego tem 2 práticas – 1) se preocupa em administrar sua cidade, produzir a lei como produto de uma prática dos corpos, poder de produzir a organização política de sua cidade, produzir a economia(casa). Como eu poderei ter poder sobre a cidade e a casa? O poder sobre si próprio. A partir dai o grego inventa a relação agonística de si consigo próprio, o grego coloca que o homem deve se ver como forças, um campo de batalha, uma estética da existência, produzir uma vida bela é um momento de liberdade, onde forças ativas dominam as forças passivas, quem dirige a sua vida é você mesmo, a causa da minha existência vem de dentro de mim.
O Foucault se preocupa com a formação de subjetividade grega, ele quer pensar como emerge dentro do campo social o sujeito humano, isso ele traz de original. Ao longo da historia isso será capturado, um sujeito com o direito da liberdade, da diferença, da metamorfose.
O homem começa pelo primeiro gênero. A criança é constituída por forças que vem de fora, se torna um ser da consciência, produz fantasmas, gera tormentas. Temos que inventar um tipo de pedagogia para tornar uma criança ativa, ultrapassar o medo, o fantasma, sem pensamento só há superstição. A psicanalise fala disso – família , castração, édipo, falta, campo de significações, inconsciente da superstição ele é real, a ideia do pecado e da divida infinita.
Espinoza vai romper com o modelo platônico. Ele vai falar que a natureza é a força da singularidade. A natureza não tem significado, é um campo de devir, um campo de confronto, é um lugar de passagem, natureza é uma relação de forças, uma semiótica das intensidades e das forças. Podemos pensar na investigação cientifica como campo de forças, a biologia molecular, a física quântica, determinadas praticas de literatura e de historia. A filosofia é o 3º gênero do conhecimento. Epistemologia e ética. Produzir uma vida superior. Esquizoanalise – maquina, campo de forças, inconsciente produtivo, semiótica das intensidades, linha de encontros, alegria, encantamento, a vida pode ser uma coisa bonita, produzindo realidade.
Como escapar das marcas? O homem é fantasma, é castração, precisamos produzir o super-homem, as forças que produzem o homem, os agenciamentos feitos ao longo da historia diz de um ser da falta. O que tem que ficar para trás é o homem, a relação que fazemos com as máquinas semióticas, vivemos em uma serie de tolices, precisamos produzir algo diferente para nos ultrapassar, produzir outro tipo de amor, porque esse não serve mais, amor de dominação, de opressão, casal se constitui sob o regime da propriedade privada. Entregamos a vida para Deus e para uma moral, vamos entregar a vida a suas próprias forças.
O Espinoza é um pensador dos corpos. Os corpos fazem encontros, fazem composições aumento de forças e encontros que decompõem essa forças, cada um de nós gera para sua própria vida territórios de afetos, esse oceano tem que passar a produzir suas próprias ondas.
A consciência não conhece a natureza, só conhece marcas.
A matéria do pensamento é ele mesmo.
A lei da natureza são encontros de corpos.
O homem dos hábitos, das marcas. É preciso estremecer e dizer que a sua natureza não é seu conjunto de hábitos. O pensamento é produzir o impensável, o impossível.
Por Elida Rodrigues
Uma boa introdução para a leitura de Espinoza…
O conhecimento dos afetos em Espinoza – Afetos ações(livre) – afetos paixões(servo)
Ética parte 2 mente e corpo – dualismo – comum entre a mente e o corpo. Não há uma hierarquia entre mente e corpo, apenas são distintos, mente não é corpóreo mais está unido ao corpo, a mente é a ideia do corpo, ela conhece algo, o objeto dela é o corpo, a mente produz ideias, esse corpo não está isolado da natureza, ele está em relação com outros corpos, há um encadeamento infinito de corpos, o meu corpo é modificado a todo momento, a mente vai formar ideias das modificações desse corpo, o meu corpo sofre as afecções.
Corpos simples – partículas em aceleração e lentidão, se distinguem por essa intensidade.
Corpos compostos – estômago. Um indivíduo é um corpo composto. Relações que conservam a forma, relações que se compõem e mantém a forma. Existe uma infinita produção de corpos. O som é corpo, o ar, o cheiro. Mente tem uma ideia da afecção. O conhecimento dos efeitos – das relações entre os corpos, as imagens é o consciente, os efeitos da afecção.
1º gênero do conhecimento- efeito, imagem, conhecimento inadequado, imaginário.
Conatos – tudo que existe se esforça para conservar sua natureza, perseverar nela mesma. O afeto é a variação desses conatos. Variação da afecção são os afetos. O meu esforço foi favorecido ou constrangido, há uma variação da potência de existir, são três afetos primários, alegria , tristeza e desejo.
O homem ao pensar tem a causa real e ao utilizar a consciência o conhecimento imaginário.
2º gênero de conhecimento, o conhecimento racional.
Ler: O discurso da servidão voluntaria.
O poder precisa da tristeza e da superstição. Provocar medo e esperança. Manipular a massa, o que a mídia faz hoje. Não há poder sem medo e esperança. Foucault vai falar de biopoder para explicar o processo da servidão. O poder oferece doses de alegria. Agenciamento de poder que geram indivíduos melancólicos, preciso do homem triste para poder fornecer alegria, compre isso. Axiomatização é não estar em uma vida livre, é o que o capitalismo faz.
3º género do conhecimento: conhecimento real
Afeto ativo, homem firme no pensamento, fica livre, e generoso porque ajuda outros homens.
Paixões é o que vem de fora, nos encontros. Afetos que resultam dos encontros entre os corpos. Afetos paixões separam a gente de nosso pensamento, afetos ações derivam da própria potencia de pensar. Pensamento sem imagem, pensamento ação.
Definição dos 3 afetos primários:
Alegria – é uma paixão que dá passagem a uma maior perfeição, aumenta a potência, meu esforço para perseverar no que sou não é constrangido. Alegria. Bom encontro.
Alegria- excitação ou contentamento
Excitação é uma região do corpo que é mais favorecida do que as demais.
Contentamento – todo o meu corpo é igualmente favorecida. Meu corpo inteiro.
Tristeza – passagem para menor perfeição, diminuí a potência, há um constrangimento do meu esforço para perseverar no que eu sou, meu conato foi constrangido.
Tristeza – dor e melancolia
Dor- é localizada em um pedaço do corpo
Melancolia – constrangimento do corpo inteiro.
Desejo – é a consciência do apetite.
Conatos no corpo e na mente, esforço no corpo e na mente, uma potência do corpo e da mente, a potência da mente é conhecer, a potencia do corpo é de ser afetado. Apetite no corpo e na mente de modo simultâneo, nós apetecemos no corpo e na mente de forma inconsciente, e o desejo é a consciência desse apetite. Apetite é o próprio conatos só que inconsciente. O desejo é o apetite consciente.
A consciência indica estado do corpo.
Pessoal,
compartilho um vídeo do Fuganti que deve ajudá-l@s na compreensão de Spinoza e os Gêneros de conhecimento. Lembrando que a base de leitura continua sendo o material que enviei para esse bloco sobre Spinoza neste post.
Abraços,
Gustavo
Por BarbaraUrsine
Que roteiro longo e denso . A discussão de hoje promete…
Recomendo esse vídeo curto para nos provocar nessa imensão a teoria de Espinosa.
https://www.youtube.com/watch?v=wJw-WH-gOdI