Mudança do Modelo de atenção
Modelos assistenciais,segundo Paim podem ser entendidos como ''combinações de saberes(conhecimentos) e técnicas(métodos e instrumentos) utilizadas para resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas,não sendo ,portanto,simplesmente uma forma de organização dos serviços de saúde nem tampouco um modo de administrar(gerir ou gerenciar) um sistema de saúde''.
Nosso sistema de saúde brasileiro encontra-se em processo de construção e o modelo de atenção em transição: ou o SUS se consolida, respeitando-se seus princípios e diretrizes, pela implantação efetiva de suas estratégias operacionais, tal como a ESF que podemos inferir que foi implantado para 'ajudar' na busca dos princípios do sistema/reorientar o modelo; ou se mantém o modelo dominante no qual está centrado na cura, na doença.
Na minha opinião acho que os modelos de atenção cada um com seus fundamentos teóricos e epistemológicos, devem respeitar cada realidade para que possam cumprir seu papel de atender às necessidades de saúde da população. Precisam ser coerentes em suas bases e, ao mesmo tempo, suficientemente abertos ao reconhecimento e enfrentamento de suas próprias falhas e crises.
Por Carlos Rivorêdo
Olá, Nai. No SUS há, pelo menos três modelos de atenção em permanente disputa: queixa-conduta, o modelo programático e o modelo da ESF.
O primeiro deles tem seu paradigma ou sua episthemê fixado naquilo que poderíamos denominar de clínica liberal, resultado da construção histórica, nas sociedades capitalistas, de uma medicina cujo objeto é o corpo humano doente.
O outro, o programático, se organizou com base na Epidemiologia Clássica, na qual a previsibilidade dada pela racionalidade matematizante da vida, se torna solução para isso problemas, as demandas e as necessidades de saúde.
Ambos abstraem o sujeito em seus trajetos, reduzindo-os a meros objetos de ações que, no jogo das probabilidades, necessitam deslocar os sujeitos para afirmar sua própria racionalidade.
O terceiro nasce da tentativa de articular A Clinica com outros olhares sobre as realidades produtoras de saúde e de doença; de vida e de morte.
O que precisamos fixar talvez seja que a noção que modula e articula esses elementos no modelo de Saúde da Família (nome, por si, complicado), é a noção de vínculo, com suas diversas nuances.
Vincular-se significa conhecer (as pessoas e seu universo-território), identificar-se, projetar possibilidades de viver melhor. Nisso está a diferença é as inúmeras possibilidades de modulações que são, antes de tudo, determinadas pelo território e pela inserção dos sujeitos na Vida neste mesmo território.