Projeto Terapêutico Singular refletido na Saúde Mental.
De acordo com o Ministério da Saúde (2007), O Projeto Terapêutico Singular é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial se necessário.Podemos considerar como uma reunião de toda a equipe em que todas as opiniões são importantes para ajudar a entender o Sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e, conseqüentemente, para definição
de propostas de ações.
No campo da saúde mental foi bastante desenvolvido como uma forma de atuação integrada da equipe valorizando os aspectos do sujeito, além do
diagnóstico psiquiátrico e da medicação, no tratamento dos usuários. Ao contrário da terapêutica utilizada antigamente, que não considerava o paciente psiquiátrico como sujeito ativo do seu tratamento, não envolvia sua família e não valorizava sua história, sua cultura, sua vida cotidiana e sua qualidade de vida.
Com o movimento antimanicomial e com a desinstitucionalização surgiram os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) que constituem práticas destinadas a dar suporte ao paciente em crise, envolvendo não só o tratamento clínico, mas uma compreensão da situação que o envolve, com intervenções cujo objetivo é assegurar sua reinserção no contexto social e familiar com o trabalho de uma equipe multiprofissional. Assim, propõe-se um cuidado integral da atenção e a humanização da assistência.
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singular.2. ed. – Brasília, 2007.
PINTO Diego. et al. Projeto terapêutico singular na produção do cuidado integral: uma construção coletiva.Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2011.
Por Luciane Régio
Oi, Marcela,
Fundamental o tema que vocês estão trazendo para debater na RHS. O PTS é mesmo o que você pontua através de referências. Mas você não acha que falta incluir ai a participação do usuário no seu próprio pts? Para além de reuniões de equipes para compreender o "sujeito", ele deve participar ativamente no processo, é o usuário quem guia a equipe, abarcando um projeto de vida. Sei que deve estar em alguma passagem que você leu 🙂 também tem na cartilha de Clínica Ampliada, p. 39, sobretudo, indo além do texto
https://redehumanizasus.net/sites/default/files/10_0379_final_clinica_ampliada.pdf
Na SM, o usuário constrói seu pts com a equipe, e o que observei trabalhando 2 anos com coordenação regional dessa política, é que nem todos os profissionais (equipe) sabem trabalhar/suportar/respeitar/valorizar a autonomia da pessoa, fazem mais ofertas do que escutam o que ele diz… é preciso aprender a suportar a diferença radical, e compartilhar um pouco de si com o outro. Esse tema me mobiliza
Um exemplo que sempre trabalhei foi este de pessoas que usam drogas. A abstinência pode fazer parte de um pts, desde que o usuário proponha isso como seu horizonte. Contudo, um pts que inicia na perspectiva de RD, sem observar os desejos desse usuário, estará fadado a voltar ao modelo prescritivo, cheio de riscos e consequências nem sempre reais.
Bjs,
Lu