“A novidade veio dar a praia”
“A novidade veio dar a praia”, cantou o poeta da música criticando o antagonismo social excludente. No vertente caso, cá para nossas terras e para nossos dias, “a novidade veio dar a praia”, pois assim como “o artista tem de ir onde o povo está”, a saúde tem que chegar onde se faz necessária. Levar a Saúde à Praia PARECE ser “o máximo do paradoxo estendido na areia”, pois ao tempo que o “Saúde na Praia” é “a novidade”, a inovação, também PARECE ser uma contradição, visto que, por nossas convenções sociais, praia não seria o lugar mais adequado para o serviço de saúde realizar exames, prevenção, promoção, orientação, etc. Coloquei, aqui, o termo PARECE pois, efetivamente, levar Saúde à Praia não é um favor, é um dever, uma obrigação assegurada pelos Princípios do SUS (Universalidade, Integralidade e Equidade).
Banhistas, Barraqueiros, Sufistas, Ambulantes, Esportistas, Pescadores, Turistas, Artistas. Para uns, diversão, para outros, sustento. “De um lado esse carnaval, de outro a fome total”. Assim é Ponta Negra. Contradições ocultas por um Plano de Fundo belissimamente abençoado. Aqueles que lá estão “à serviço”, certamente, só procuram um outro Serviço, o de Saúde, em derradeiro caso, como diria uma amiga enfermeira, após o “limiar da dor”. Este exemplo de dificuldade no acesso ao aparelhamento de saúde, acentuado pelas desigualdades sociais, traz à baila a concepção Constitucional de saúde como “um direito de todos e um dever do Estado”.
Deixando de lado tanta teoria, vejo nesta iniciativa o estreitamento da “distância entre intenção e gesto”. Na prática, alguns(mas) poucos(as) abnegados(as) empunhando o estandarte da Estratégia Saúde da Família, romperam com o modelo hegemônico em saúde, vencendo as dificuldades interpostas pela máquina burocrática e desprovida de emoção, indo bem além das fronteiras da territorialidade e população adscrita, visto que atuam num território cosmopolita, numa comunidade globalizada (isto mesmo, não foi erro, comunidade globalizada) ainda assim, criam vínculos de afetividade e confiança, garantindo o atendimento através do acolher, escutando e ofertando respostas para os problemas de saúde da população, conjugando o verbo cuidar em todos os modos, tempos, pessoas, números e vozes. Assim é o Saúde na Praia, onde o SUS se encontra com o Mar.
Madrugada de Maio de 2015, Josenildo Cesar.
Por Luciane Régio
Esta saúde dar praia é demais, Meine…
Ocupar espaços da cidade para produzir saúde, que sacada !!
Bjos,
Luciane