a “cultura” do SUS
Um dos grandes problemas da saúde pública brasileira atualmente é, claramente, as enormes esperas por atendimentos. Não é difícil encontrarmos relatos de espera de horas e horas em emergências de hospitais (o que não deveria acontecer, logicamente por se tratar de uma urgência/emergência), ou até mesmo relatos de pessoas que precisaram entrar na justiça para ter um direito social assegurado, como nos casos da falta de leitos em UTI. Essa é uma realidade que poderia ser mudada se houvesse a valorização da atenção básica juntamente com oferecimento de serviços eficientes e de qualidade, além da orientação profissional para referência e contra-referência quando necessário. A população criou o hábito de buscar atendimento diretamente nas emergências dos hospitais, ou em ambulatórios de atenção especializada, sendo que a atenção básica está apta a resolver 80% dos motivos que levam alguém a demandar do serviço de saúde – pelo menos na teoria. A atenção básica deveria ser o primeiro contato do usuário com a rede de serviços, dependendo claro da complexidade e grau de urgência do caso. Se a demanda não for atendida na atenção básica, necessitando portanto de um atendimento especializado, o usuário deveria ser referenciado a um hospital adscrito em sua região o que evitaria maiores deslocamentos e transtornos com peregrinação e grandes esperas por atendimento. Sendo assim, os serviços de saúde seriam otimizados e o problema com superlotação, em partes, resolvidos.
Por Loyanne
Concordo contigo, e acho que é uma aposta essa teoria para a otimização dos serviços de saúde.
No entanto, para que isso aconteça, é necessário que ambos os serviços – atenção primária e demais níveis de atenção à saúde, acreditem nesse processo e busquem colocar em prática, valorizando o trabalho do "próximo".
Cada vez que se atende um indivíduo que demande uma necessidade que poderia ser resolvida na atenção básica em uma urgência/emergência, e ainda assim não expliquemos para ele, ou procuramos referenciá-lo para a unidade de saúde mais próxima de sua casa, reafirmamos que é assim que ele tem que continuar: sentiu qualquer coisa, buscar a urgência/emergência de um hospital – geralmente. E ainda assim, ainda tem a questão do funcionamento da unidade. É necessário que se conheça sua população, de fato, para que a unidade funcione de maneira que atenda aos seus adscritos.
Enfim, parece uma bola de neve… Mas com foco no que acreditamos e queremos, sempre atentos às discussões, poderemos mudar essa realidade, ainda que leve um bom tempo para isso. 🙂
Um abrç,
Loyanne Chaves.