É possível
As redes de atenção à saúde (RAS) são de extrema importância para a qualificação dos sistemas de saúde. Três argumentos que mais justificam a importância da construção de redes são: o aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas; a maior perspectiva de avanços na integralidade e a construção de vínculos; e os custos crescentes no tratamento das doenças.
A definição utilizada para RAS é a de que representam uma malha que interconecta e integra os estabelecimentos e serviços de saúde de determinado território, organizando-os sistematicamente para que os diferentes níveis e densidades tecnológicas de atenção estejam articulados e adequados para o atendimento ao usuário e para a promoção da saúde.
Na configuração da RAS, alguns aspectos devem ser considerados: Economia de escala e escopo; Implementação de linhas de cuidado; redes temáticas; e implementação de apoio matricial. Dentre elas destacamos a implementação das linhas de cuidado como uma estratégia indispensável para a RAS1.
Existem várias linhas de cuidado. Entre elas a linha de cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio. Esta linha foi criada pelo fato de que frequentemente os pacientes não recebiam o tratamento indicado em tempo hábil. Para que esse paciente fosse atendido em tempo, o sistema de saúde necessitava de organização, para permitir o reconhecimento rápido de IAM e o encaminhasse para uma unidade de saúde habilitada ao tratamento. O número de vidas perdidas por infarto e a morbidade dos pacientes infartados não perdidas, potencialmente evitáveis, foram motivações mais que suficientes para que o problema fosse enfrentado de uma forma sistêmica e não apenas focal. Para a implantação da Linha do Cuidado do IAM, foi necessária a integração de todas as Unidades de Saúde da Rede de Atenção às Urgências envolvidas com o atendimento deste perfil de paciente2.
Para que os serviços de saúde funcionem com o mínimo de resolubilidade, existem alguns padrões a serem seguidos, tanto na estrutura como nos processos. Desta maneira foram elaborados questionários a fim de avaliar a estrutura dos serviços, e a forma que estão sendo realizados os procedimentos, se estão de acordo com protocolos, com diretrizes, entre outros.
Podemos citar como exemplo Belo Horizonte, que tem a rede urgência e emergência implementada e funcional. Quando analisamos a mortalidade no Brasil e em Belo Horizonte fica evidente que vem diminuindo a mortalidade por IAM em BH, já no Brasil vem aumentando.
Referências
1- Carvalho G, Magalhães JHM, Medeiros J, et al. Redes de Atenção à Saúde no SUS: o pacto pela saúde e redes regionalizadas de ações e serviços de saúde. Campinas: CONASEMS, 2008.
2- Linha do cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio na Rede de Atenção às Urgências. Dísponivel em: https://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/HOSPSUS/protocolo_sindrome_coronariaMS2011.pdf. Acesso em: 23/06/2015
Por Kleber Henrique de Lima
Olá Luana
Muito interessante sua contextualização de rede e linha de cuidado inserindo um gráfico demonstrativo de como as linhas podem funcionar se bem planejadas e executadas de modo integrado as redes . Além disso, é importante ressaltar que a diminuição do caminho entre o usuário e o melhor tratamento, em diversos casos significa vida ou morte. Pois quanto mais tempo perdido maior o risco de mortalidade. Sendo assim as propostas das linhas de cuidado se fazem de grande importância para a melhora do SUS.
Muito bom o post, valeu!