I Fórum Regional de Humanização discute ‘acolhimento’ no atendimento de saúde Evento terá presença de profissionais dos 45 muni
O Hospital Regional de Presidente Prudente “Doutor Domingos Leonardo Cerávolo” será sede do II Fórum Regional de Humanização, evento de iniciativa do Departamento Regional de Saúde (DRS – XI), que será realizado no dia 26/08 das 08h às 17h.
Estarão presentes profissionais da área da saúde dos 45 municípios de abrangência do DRS-XI, sendo Unidades Básicas de Saúde (UBS), postos de saúde, hospitais e ambulatórios.
A proposta do fórum, segundo a articuladora de humanização do DRS e coordenadora do evento, Cláudia Dionísio Dias de Souza Ribeiro, é “proporcionar um momento para que gestores de saúde e profissionais da assistência possam refletir e discutir ações de humanização no atendimento ao paciente pautadas na política de humanização”, revela.
Este ano, o tema do fórum será “acolhimento”. Para Ribeiro, ações de humanização no acolhimento vão além de manifestar um sorriso na chegada do paciente as unidades. “A promoção do acolhimento precisa ser realizada em todas as etapas do atendimento do paciente dentro das unidades de saúde. Não é apenas recebe-lo bem na entrada. É direcioná-lo dentro da unidade, não deixar dúvidas no atendimento, fazer a escuta do paciente em todos os níveis do atendimento. É melhorar a integralidade do cuidado”, aponta.
Dez unidades da região, apresentarão projetos de humanização considerados com “modelo”. Entre elas, o HR de Presidente Prudente vai expor durante o fórum o projeto “Cuidando do Cuidador”. Um trabalho multiprofissional, desenvolvido na clínica médica que tem por objetivo orientar e capacitar familiares e cuidadores nas práticas do tratamento de pacientes acamados por longa permanência e que serão acompanhados em casa.
É o caso da Aparecida Ana Marques. Tutora do sobrinho que é portador de deficiente mental, está aprendendo como realizar os cuidados contínuos em casa já que ele é um paciente acamado. “Hoje eu estou aqui no hospital. Mas, amanhã vou para casa e lá preciso saber como fazer curativos, como preparar a alimentação, como fazer banhos na cama e tudo estou aprendendo aqui", enfatiza.
Por deboraligieri
Cara Edna.
Que lindo evento! Parabéns a você e a toda turma que está organizando este aprofundamento na diretriz do acolhimento, como forma de valorizar a pessoa em sua subjetividade e dar-lhe condições de realmente ter suas demandas em saúde atendidas e respeitadas. Nesse aspecto, é preciso considerar também a participação dxs usuárixs do SUS em todas as instâncias de decisão e formação do processo em saúde, até mesmo integrando oficinas como esta.
Na vida cotidiana, cada pessoa deve ter condições de adaptar os conhecimentos técnicos que lhe são passados à sua vida prática, e esse saber desenvolvido – no cuidado de si e no cuidado dx outrx, como é o caso da Aparecida – também contituem fonte de aprendizado para xs profissionais da saúde. Conversamos sobre o assunto no webinário "O saber em saúde e o cuidado de si", em que o médico e professor da Unesp Antonio Pithon Cyrino relata sua pesquisa sobre os saberes desenvolvidos no cuidado cotidiano por pacientes com diabetes tipo 2:
Há um texto maravilhoso do médico e Professor da Faculdade de Medicina da USP Ricardo Teixeira chamado "O acolhimento num serviço de saúde como uma rede de conversações" (https://www.corposem.org/rizoma/acolhiconversa.htm), em que defende que "Da perspectiva do processo de construção da cidadania e do espírito democrático entre nós, como nunca, parece ser o momento de fazer avançar esse processo nos espaços micropolíticos, como são os espaços dos serviços, contribuindo para que a essência de suas práticas seja a realização da democracia viva em ato", e que o acolhimento seria então uma forma de se promover a democracia nos serviços de saúde.
Abraços,
Débora.