Encontro Estadual da PNH no Piauí: Construindo redes humanizadas de atenção nas regiões de Saúde

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Com este tema, foi realizado no dia 27 o encontro Estadual da PNH no Estado do Piauí, tendo como finalidade fazer uma analise crítica dos 12 anos de trajetória de implementação das ações de humanização da saúde no estado, identificando os avanços e perspectivas frente aos novos arranjos postos pela Política Nacional de Humanização, envolvendo a participação dos gestores, apoiadores institucionais e consultores da PNH, representantes do Ministério da Saúde, conselheiros de saúde e simpatizantes da humanização da saúde no estado.

Na abertura, a Profª Lúcia Vilarinho, assumindo a  função de cerimonialista,  iniciou o evento com um caloroso bom dia, estimulando as pessoas a se deslocarem e se abraçarem. Falou da finalidade do evento, divulgou a programação e as metodologias dos trabalhos, e na continuidade procedeu à composição da mesa de honra, com a participação da Cristiane Moura Fé, superintendente da atenção integral à saúde, representando o Secretário Estadual de Saúde; Ana Eulálio, Diretora da DUP e Coordenadora do Comitê Estadual de Humanização; Annatália Gomes, apoiadora da PNH para o estado do Piauí, Carmen Viana, apoiadora de Redes do Ministério da Saúde, Maria do Socorro, representante do Núcleo do MS, Maria Vieira, representante do Secretário Municipal de Saúde.

Na sua fala de abertura, Ana Eulálio ressaltou que o evento é um marco comemorativo dos 10 anos de publicação do documento da Política Estadual de Humanização, e que busca um novo olhar para a  saúde, abrindo espaço para uma reflexão crítica, analisando, avaliando os novos desafios da saúde, e criando as bases para o seu fortalecimento nos próximos anos.

Cristiane Moura Fé falou da perspectiva do Secretário de saúde na construção de um SUS mais qualificado, que garanta a transversalização das ações: “os desafios são muitos, e precisamos contar com o apoio e participação de todos os envolvidos na produção de saúde” , destacou.

Thelmo Mesquita, coordenador estadual da Rede de Urgência e Emergência no estado, saudou a mesa, falando da satisfação de participar dos eventos de humanização da saúde. Ressaltou a importância do apoio da PNH para o estado do Piauí. Fez referência ao “potente” trabalho desenvolvido por Annatália Gomes, durante toda a sua trajetória como consultora da PNH para o estado. “Ela é a formiga atômica da humanização do Piaui…deixa um legado de contribuição produtiva e especial na construção da humanização da saúde do Estado.  “Annatália não vai sair do Piauí, pois ela é nossa”. Finalizou o coordenador.

Annatália, falou da importância da união de todos para que o movimento humanizaSUS não se enfraqueça no estado. “Construímos uma história e é importante que haja o trabalho coletivo fortalecendo a democracia institucional, e a união de esforços de todos,  nos enfrentamentos dos desafios” Pontuou a apoiadora. “Temos um jeito diferente de fazer, que respeita a nossa cultura,  com práticas exitosas, e cada pessoa é importante nessa construção” Se colocou á disposição para colaborar sempre que for chamada. Nesse momento a emoção tomou conta de todos, e os aplausos foram ensurdecedores.

Desfeita a mesa, Ana Eulálio, coordenadora do Comitê de humanização, apresentou uma linha do tempo da humanização no Piauí, pontuando os marcos da Política Estadual de Humanização, mostrando como a humanização foi implementada no estado, identificando os caminhos percorridos, as ações implementadas, os movimentos disparados, os desafios e as perspectivas atuais. “A produção de saúde e de sujeitos passou a ser o fio condutor do processo, com estimulação do dialogo, a produção coletiva, utilizando como métodos, as rodas de conversas, a escuta qualificada dos sujeitos, acolhendo as histórias e experiências trazidas. A PNH tem que permear o dia-a-dia de cada um na produção de saúde” Destacou.  A coordenadora Falou ainda da importância da retomada dos fóruns de discussões, da capacitação de um grupo de apoiadores para o fortalecimento da PNH nos territórios, fomentando a criação de GTHs nas unidades de saúde.

Na sequência, Annatália ressaltou que é nas rodas que conversamos sobre nós, sobre o nosso trabalho, e que produzimos saúde compartilhando problemas e pensando soluções. Acrescentou a importância de dar voz às pessoas para se expressarem e colocarem suas ideias, suas dificuldades e conflitos. Mencionou a importância da criação dos GTHs nos territórios de saúde,  como dispositivo que dá pistas no modo de fazer, incluindo, analisando problemas e as potências existentes no fomento da humanização nos processos de trabalho. Falou que não existe um modelo a ser seguido, cada realidade é diferente, e as ações devem ser pensadas de acordo com as peculiaridades de cada contexto. Pontuou a importância do apoio integrado, juntando as pessoas, integrando-as, fomentando a integralidade das ações, considerando as múltiplas dimensões do sujeito. Falou ainda do fortalecimento das redes para a integralização das ações. “Ainda temos muitos desafios, mas temos também avanços significativos, como o apoio mútuo, a construção das agendas concretas e pactuadas, planejadas de forma coletiva, quebrando fronteiras, criando ligas, contagiando, pactuando ações, realizando fóruns, implementando a gestão colegiada e o acolhimento nas principais unidades de saúde da capital, e no interior do estado. Ressaltou ainda a criação de espaços coletivos com força colegiada, a qualificação dos gestores e trabalhadores das UPAS e da atenção primária.  Acrescentou o avanço na relação entre o estado e o município, com inclusão dos atores locais. Lembrou que o estado conseguiu realizar um encontro com os movimentos sociais, incluindo no diálogo  pessoas que não participavam do movimento humanizaSUS. Destacou também a realização  do Fórum SUS na Mídia, como uma das ações da Semana Nacional de Humanização, chamando os jornalistas para conversarem sobre o SUS, descontruindo imagens negativas sobre a saúde pública. “O que construímos no Piauí vai muito além de vários compêndios” Finalizou.

Carmem Viana apresentou a estratégia do apoio integrado do Ministério da Saúde. Ressaltou as mudanças que o MS está passando. Falou dos desafios da permanência do SUS, dentre eles: reduzir desigualdades geográficas e de grupos sociais; qualificar a formação dos profissionais;  aumentar o financiamento da saúde e a eficiência da gestão; aumentar a capacidade de produção de IES, bem como a produção de inovações. Falou ainda dos pressupostos do apoio, o apoio enquanto função que se exerce entre sujeitos de diferentes graus de poder, buscando a democracia, a comunicação e a integração. Destacou as competências do apoiador, dentre elas: capacidade de escuta, não disputar ou ocupar o lugar do gestor  (apoiar e ajudar); mediar conflitos; capacidade de compartilhar diagnósticos e soluções. Falou ainda da organização do apoio no Piauí, enfatizando que o apoiador deve ser um generalista nas políticas e um especialista nos territórios.

O psicólogo Antônio Roldão fez a palestra com o tema Eneagrama: fortalecimento da gestão Pessoal na busca da excelência profissional. Uma ferramenta que ajuda no autoconhecimento, e mostra
que as pessoas têm pontos fracos – que precisam ser mais bem conhecidos, e também pontos fortes que devem ser valorizados.

Finalizando as atividades do turno da manhã, foi prestada uma homenagem à Annatália Gomes, como reconhecimento e gratidão do Comitê Estadual de Humanização, pela grande colaboração da consultora/apoiadora da PNH, na construção da humanização da saúde do estado, com a outorga de uma placa com os seguintes dizeres:

“Agradecemos pelo competente apoio, compromisso ético e amizade, que sempre marcaram sua trajetória como consultora da PNH para o estado do Piauí, colaborando com a construção de um novo modo de fazer saúde, valorizando a produção do comum. Coletivo do Comitê Estadual de Humanização e amig@s!”

 

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Nesse momento, Vários apoiadores se manifestaram ressaltando a importância da apoiadora na construção de um novo modo de produzir saúde no estado, pautado na grupalidade com  princípios éticos. A emoção tomou conta de todos.

No turno da tarde, foram organizados  pequenos grupos de trabalho, com o objetivo de discutir o atendimento quanto a transversalidade da Política Estadual de Humanização na prestação do cuidado em saúde em todos os níveis da atenção, a partir de estudos de casos demandados nas redes de atenção á saúde. Cada caso discutido, os grupos tinham que identificar o fluxo do atendimento, as redes de atenção articuladas para atendimento das necessidades dos usuários e as diretrizes/dispositivos da PNH envolvidos no atendimento. foi organizada uma plenária para o compartilhamento da apresentação das sínteses dos trabalhos de grupos.

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Finalizando, a palavra circulou entre os participantes que apresentaram suas ideias sobre o evento. Na avaliação de todos, foi um evento muito produtivo, e que devem ser retomados os movimentos de fortalecimento da grupalidade no estado.

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